Resumo

No intuito de produzir novos modos de fazer em saúde e do compromisso institucional com a formação de profissionais qualificados para o SUS, na busca de uma educação transformadora, que não seja apenas focada na doença e na técnica, mas que caminhe também em direção a integralidade do cuidado. Torna-se fundamental investir na educação dos profissionais de saúde para que no seu cotidiano de trabalho desenvolvam práticas cuidadoras, que tenha o foco na pessoa e nas suas necessidades em saúde. Diante disso, o GHC propõem a realização do Curso Técnico de Enfermagem, que tem como objetivo formar profissionais, éticos, comprometidos com a prática e o cuidado integral do indivíduo e da coletividade, a partir da visão humanista, crítica, reflexiva, cientes da sua responsabilidade social, orientados pelos princípios e diretrizes do SUS. Para tanto, constituiu-se um grupo de profissionais de diferentes áreas e vivências para a construção do curso em encontros semanais. Os momentos de discussão e questionamentos em grupo foram ricos e transformadores e a partir das contribuições dos diferentes saberes, foi possível refletir sobre nossas práticas, nossos “pré-conceitos” e encontrar respostas significativas para algumas questões levantadas. Como fazer a teoria dialogar com a prática?Como articular os diferentes conteúdos entre si?Como estimular o estudante a ser um agente de transformação?O grande desafio deste trabalho foi materializar o desejo de construir um curso de nível médio baseado numa educação emancipatória e transformadora. Composto por 1.680h em 3 semestres, tendo no primeiro o foco na Produção do Cuidado à Saúde do Adulto e Idoso; no segundo, a Saúde da Criança, Adolescente e Mulher e no terceiro, a Produção de Cuidados Emergenciais e Intensivos, que articulam-se aos 4 eixos temáticos transversais definidos como: Saúde, Sociedade, Cidadania em Enfermagem; Caminhos da Pesquisa; Fundamentos de Enfermagem e Atenção Integral à Saúde. O desafio, aqui colocado, é a formação e transformação dos modos de fazer, de trabalhar, de produzir no campo da saúde. Sintonizar “o que fazer” com o “como fazer”, o conceito com a prática, o conhecimento com a transformação da realidade. A construção de uma proposta inovadora exige a permanente revisão de conceitos e práticas, a fim de que os saberes formalmente constituídos na área da saúde, possam ser revistos a partir da integralidade e também da capacidade de convivência e aprendizado com os diferentes atores deste processo.