Resumo

Este trabalho refere-se à experiência do projeto “VER-SUS/GHC: Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde no Grupo Hospitalar Conceição”, no qual foi realizado por 15 dias no mês de julho de 2009, com a participação de 20 estudantes de diversos cursos de graduação e universidades. Esta experiência de gestão participativa é o resultado do trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Gestão Participativa e Políticas Públicas em Saúde. O VER-SUS/GHC buscou aproximar o GHC e seus serviços de saúde do processo de formação de trabalhadores do SUS, sob uma ótica de vivência crítica. A preparação da vivência deu-se de forma participativa, com encontros entre estudantes, representantes de diretórios acadêmicos, coletivos de saúde e do GHC. O cronograma de atividades foi construído no decorrer das reuniões deste grupo, a partir do quadrilátero da Educação Permanente em Saúde (controle social/participação, gestão, atenção e ensino). Os estudante foram divididos em 4 grupos com 5 pessoas, cada grupo foi para um local diferente e no final do dia reuniam-se em uma roda de conversa para a socialização das vivências. Fomentaram-se discussões sobre educação em saúde, especialmente sobre a formação dos trabalhadores nos ambientes de serviço em saúde. A “utilização” da arte e da cultura foi incentivada nesta vivência para expressão dos sentimentos e pensamentos sobre educação, saúde e cidadania, através da confecção de cartazes, fanzine, ao cantarolar músicas e nos abraços coletivos. Os estudantes relataram que voltaram para as suas instituições como multiplicadores, motivados a incentivar os colegas a participarem de vivências, a refletir sobre a sua formação e sobre o SUS. Eles puderam contar a vivência como convidados em aula e em semanas acadêmicas e escreveram resumos para congressos. Além de terem produzido o relatório da vivência, um poema coletivo, postagem de reflexões em blog e a criação de um grupo virtual. O protagonismo estudantil, a implicação efetiva dos sujeitos envolvidos no projeto e a heterogeneidade do grupo foram fatores fundamentais para a conquista desses resultados. Diante disso, é possível afirmar que essa vivência foi inovadora e se constituiu como dispositivo de mudança de práticas, de reflexão e de produção de conhecimento útil, a partir da ótica da gestão participativa. Estar comprometido com esses processos de mudança é contribuir não só para a saúde, mas também para a conquista de um mundo mais justo, humano e saudável.