Resumo

Este estudo teve como objetivo geral conhecer a concepção de integralidade em saúde dos docentes dos cursos de graduação em saúde de um Centro Universitário. Investigou-se se o tema integralidade em saúde apresenta-se como transversal no currículo dos cursos da área da saúde; se os docentes percebem a vivência da integralidade em saúde, pelos acadêmicos, nos estágios curriculares; quais as dificuldades dos docentes para a abordagem do tema integralidade em saúde. A metodologia utilizada consistiu em um estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, por meio de entrevista semi-estruturada, abrangendo 20% dos docentes de quatro cursos, ou seja, 14 participantes. Os dados foram analisados utilizando o método de análise de conteúdo. Verificou-se que o tema integralidade em saúde ainda não se apresenta como transversal no currículo dos cursos da área da saúde. Os docentes percebem que os estudantes vivenciam pouco a integralidade nos estágios, pois os serviços ainda trabalham de forma fragmentada e atrelados ao modelo biomédico. Os mesmos alegaram dificuldades em trabalhar a integralidade em saúde devido à falta de conhecimento, à falta de tempo, à limitação aos conteúdos previstos e ao foco das disciplinas, que não inclui este tema. Os resultados encontrados indicam a necessidade de qualificação da formação de docentes para que as mudanças nos cursos de graduação possam efetivamente ocorrer, aproximando a formação dos profissionais de saúde aos princípios e diretrizes do SUS. Igualmente, a transformação precisa acontecer nos serviços de saúde, para que possa ocorrer a integração ensino-serviço.