Resumo

Caracterização do problema: Este relato reflexivo objetiva repensar a atual formação dos cursos da saúde, que separa e evita a articulação entre as diferentes disciplinas, como se elas fossem opostos, fragmentando assim o ensino, por exemplo, das ciências básicas da saúde e das ciências sociais. Descrição da experiência: Historicamente a formação em saúde costuma separar os objetos de seu contexto, as disciplinas umas das outras, dificultando que o aluno possa relacionar um conteúdo ao outro. Durante nossa formação acadêmica tivemos poucas experiências que revelassem uma articulação real entre educação-saúde-sociedade. Em nosso “processo de ensino-aprendizagem” as ciências básicas e aplicadas foram totalmente desvinculadas das ciências sociais e saúde pública, por exemplo. A saúde foi vista como algo objetivo, mesmo que o discurso dos formadores dissesse o oposto. Hoje, como professoras, nos questionamos sobre qual o profissional de saúde que queremos formar e para quem queremos formá-lo, o que as leis nos dizem e que possibilidades estão surgindo que podem nos auxiliar nesta perspectiva de mudança. Efeitos alcançados: As instituições formadoras continuam adotando modelos conservadores que priorizam os aparelhos e sistemas orgânicos juntamente com tecnologias altamente especializadas. Diversos autores enfatizam a necessidade de (re)conciliar as ciências ditas “duras” e as ciências humanas para que ocorra uma formação integral na área da saúde. Procuramos, com nossos alunos, nos desafiar permanentemente a criar um diálogo crescente entre as ciências básicas e aplicadas e a prática de saúde contextualizada, buscando com isso a construção de conhecimentos significativos e a formação de profissionais da saúde mais críticos e capazes de orquestrar transformações na sua realidade social. Recomendações: A formação em saúde não pode buscar apenas eficiência no diagnóstico. A formação em saúde deve buscar desenvolver condições de atendimento às necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e do controle social em saúde. Aliando as diferentes faces do ensino em saúde, criando uma rede de conexão entre as diferentes disciplinas acreditamos estar nos aproximando mais da tão sonhada formação integra em saúde.