Resumo

FORMAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO CONTEXTO DO SUS – CASA DE SAÚDE MENTAL PICCININI, Aline M.¹,²; MORAES, Marielly de¹; MELLO, Pâmela B.²,³ ¹ Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano – UFRGS ² Curso de Fisioterapia – Universidade Federal do Pampa ³ Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia Caracterização do problema: Os currículos dos cursos de fisioterapia, de um modo geral, apresentam muitas disciplinas com momentos teóricos e nem tantos momentos de práticas contextualizadas. Isto, de certa forma, não contribui para a formação de um profissional sensível às condições sociais, apto a atuar nos diversos setores da saúde e da sociedade. Descrição da experiência: Durante nossa formação acadêmica tivemos uma experiência de articulação educação-saúde-sociedade, na qual realizamos práticas vinculadas ao SUS no contexto da Casa de Saúde Mental de Cruz Alta – RS. No princípio, o fato de atuar na Casa de Saúde Mental causava certa estranheza nos alunos, uma vez que era difícil compreender o papel do fisioterapeuta nesta ambiente. Iniciamos conhecendo o cotidiano da casa, os pacientes e os demais profissionais que trabalhavam lá. Com o tempo passamos a realizar intervenções voltadas aos sujeitos e não às patologias que eles apresentavam, como muitas vezes acontece na fisioterapia. Essas atividades incluíam conversas, exercícios de relaxamento, de ADM, atividades lúdicas, etc. A experiência tornou-se tão gratificante que no semestre seguinte nos tornamos monitoras da disciplina em questão. Efeitos alcançados: Aprendemos que tratamos de pessoas e não de patologias e que poderíamos praticar a fisioterapia sem vincular nosso paciente a uma patologia mental específica. Percebemos que os pacientes mentais tendem a somatizar os efeitos da doença mental. A fisioterapia pode atuar no sentido de amenizar e/ou evitar esta somatização, gerando bem-estar físico-emocional-social aos sujeitos envolvidos. Recomendações: A maior parte da formação do estudante é realizada em sala de aula e hospitais, em contato permanente com as especialidades, dedicando-se muito pouco tempo ao atendimento em ambulatórios centrais ou de periferia, ou outros ambientes onde a condição cotidiana das pessoas melhor transparece. Atuando em um contexto desvinculado da patologia, os alunos podem compreender a fisioterapia num aspecto mais amplo, entendendo assim o conceito de um atendimento integral.