9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:532-1


Poster (Painel)
532-1Relato de experiência: Formando vínculo para formar equipe
Autores:Sabrina Santos da Rocha (CSEM - Centro de Saúde Escola Murialdo)

Resumo

O vínculo profissional é uma tarefa nem sempre simples, porém essencial para o bom desempenho do trabalho em equipe, conseqüentemente interferindo na relação com a comunidade. O presente relato tem por base a experiência de uma enfermeira, então coordenadora de uma Unidade Básica de Saúde em um município do sul do Rio Grande do Sul. O desafio era formar vínculo entre os profissionais da equipe básica constituída por enfermeira, odontóloga, dois técnicos em enfermagem, duas estagiárias do curso técnico em enfermagem e uma zeladora. O tempo na equipe variava de um ano a quinze dias no momento da inserção. Cinco médicos compareciam a unidade apenas um turno por semana, a maioria não participando ativamente desse convívio, demonstrando uma forma de organização do atendimento que escapa a um dos princípios fundamentais da atenção básica que é o vinculo e que reproduz a fragmentação dos saberes e das práticas. As estratégias traçadas foram de integrar a equipe, para tanto foram promovidas confraternizações após o horário de trabalho, gerando assim um espaço de integração e uma reunião informal, na qual eram relatadas experiências, esclarecidas dúvidas, discussões de alteração de processo de trabalho, mas sem a formalidade de ser uma reunião. Foram instituídas confraternizações de aniversário, datas comemorativas, reafirmando constantemente o valor daquela pessoa para a equipe. Isto propiciou o engajamento da equipe, que passou a trabalhar para ambiência do local de trabalho, seja com melhor utilização do espaço, decoração das áreas que atendiam crianças, como com a formação de um mural em que a comunidade e a equipe colocavam fotos na recepção da unidade, denominando aquelas pessoas de “Família” com o seguinte dizer: “Se você faz parte dessa família traga sua foto!”. O entendimento da equipe como tal e não mais como um grupo de pessoas que desempenham atividades num mesmo local, fez com que se responsabilizassem por todo processo de acolhimento e intervenção naquela população, pois todos zelavam pela imagem da unidade ao invés de somente por sua área específica. Portanto, o essencial não foram reuniões de humanização, nem seguir padrões pré-estabelecidos, e sim o tempo de convivência informal com o espaço para conhecer a cada um, suas singularidades e aprender a respeitá-las, assim como demonstrar que cada pessoa, com suas características próprias faz parte de uma equipe que precisa dela para ser chamada “família de trabalho”.


Palavras-chave:  humanização, integração, vínculo