512-1 | O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS NO RIO GRANDE DO SUL SOB A ÓTICA DE COORDENADORES DE CURSOS DE FISIOTERAPIA
| Autores: | Marielly de Moraes (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Vera Rocha (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Aline Martinelli Piccinini (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo Introdução: Com a implementação do SUS, emergiram desenhos e novos cenários de atenção em saúde que passaram a colocar em questão a Educação em Saúde vigente, exigindo uma formação em consonância com os princípios e diretrizes do sistema de saúde. Objetivos: Com abordagem qualitativa o presente estudo, que é parte de uma dissertação de mestrado intitulada “discursos sobre as práticas no contexto da formação de fisioterapeutas no Rio Grande do Sul”, problematiza o processo de formação de fisioterapeutas deste Estado a partir do discurso de coordenadores de cursos de Fisioterapia sobre as práticas desenvolvidas no cotidiano da formação. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo a partir de uma entrevista individual semi-estruturada com cinco coordenadores de cursos e um representante da coordenação, os quais relataram sobre a formação acadêmica do fisioterapeuta em suas instituições e a relação do processo de formação em Fisioterapia com o SUS. As entrevistas foram analisadas em seus aspectos qualitativos por meio de análise de discurso. Os elementos analisados dizem respeito a características gerais da formação, estruturas curriculares, práticas pedagógicas, cenários de práticas e perspectivas relacionadas à integralidade da atenção. Resultados: Os resultados apontam a predominância de movimentos de transformação no interior dos cursos, os quais, em sua maioria, parecem estar preocupados em seguir algumas orientações das Diretrizes Curriculares (DC); entretanto, ao mesmo tempo em que têm ganhado destaque, as DC têm gerado diferentes interpretações. Em meio a características tradicionais como a organização dos cursos por disciplinas, a centralidade no docente, a dificuldade de comunicação entre as áreas de conhecimento, a dicotomia entre teoria e prática e entre ensino e serviço, além de certo desconhecimento e distanciamento do SUS, emergem de alguns cursos novas metodologias de ensino, a ampliação dos cenários de prática, a preocupação com habilidades e competências que contemplam uma atenção voltada para a humanização da saúde, a ocupação de instâncias de debate e apoio como a ABENFISIO, a busca pela horizontalidade das ações em saúde, dentre outros. Conclusão: Em meio aos cenários de tensões que se estabelecem nos processos de mudanças, importantes transformações vêm ocorrendo; no entanto, com sinalizações de que há muito para ser feito no que diz respeito a uma formação de fisioterapeutas coerente com as necessidades sociais que se apresentam.
Palavras-chave: fisioterapia, formação profissional, diretrizes curriculares |