Resumo

Trata-se de um relato de caso realizado a partir de março de 2009, na Unidade de Saúde da Família do Alto do Pascoal, Recife-PE, tendo como objetivo descrever a utilização do matriciamento na prática dos residentes em saúde da família de RMISF. De acordo com Campos a reforma e ampliação da Clínica e das práticas de atenção integral à saúde Dependem da instituição de novos padrões de relacionamento entre o profissional e o usuário/sujeito. Para tanto se faz necessário que o processo de trabalho que estimule a produção de vínculo entre equipe de saúde e usuário concreto nas necessidades específicas e na busca da solução de problemas, integrando família-comunidade-usuário. Para isso, são utilizadas ferramentas, tais como inter-consultas, participação em grupos e apoio técnico entre profissionais. Nesse sentido, os residentes optaram por este modelo frente ao caso de uma usuária (TS) vítima de Acidente Vascular Cerebral havia 1 ano e sem acompanhamento. Um fator decisivo na escolha desse modelo de reabilitação deu-se frente à existência de grupo de idosas moradoras do Alto do Pascoal, coordenado pelas agentes comunitárias de saúde, que se reúne semanalmente para realizar exercícios físicos e trocar de experiências. O caso se iniciou com a visita a usuária, onde pôde-se conhecer o caso e sensibilizá-la a se incorporasse ao grupo. A mesma apresentava comprometimento da marcha, da fala, das atividades de vida diária e vivia isolada em sua casa. Após sensibilização, a usuária decidiu por participar das atividades do grupo. Antes disso, o grupo e as ACS foram preparados e esclarecidos para acolher a usuária. Uma vez por semana, um dos profissionais (fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional) acompanhava o grupo, fazendo intervenções pontuais de modo que as participantes fossem protagonistas do processo. Após dois meses, a usuária foi reavaliada e constatou-se o progresso de suas dificuldades, bem como o resgate de sua auto-estima e auto-confiança. Assim, conclui-se que o matriciamento é uma estratégia viável e pronta para ser implementada no território de atuação da saúde, sendo construída pela comunidade, para comunidade e com a comunidade. Além disso, deve ser executada junto com os setores governamentais e não governamentais, com o objetivo de valorizar e desenvolver o potencial da pessoa portadora de deficiência e da comunidade como agentes no processo de reabilitação e de inclusão social e promover uma estratégia de ações integradas.