Poster (Painel)
501-3 | A Educação permanente em Saúde e o modelo tecnoassistencial: singularidades de um contexto histórico | Autores: | Josefa Lusitânia de J. Borges (UFS - Universidade Federal de SergipeUFS - Universidade Federal de Sergipe) ; Maria Helena Santana Cruz (UFS - Universidade Federal de Sergipe) |
Resumo Este estudo analisou a relação entre o processo de qualificação dos trabalhadores em saúde, desenvolvidos pelo Centro de Educação Permanente em Saúde (CEPS) e o modelo Tecnoassistencial da política de saúde local. Adotou uma perspectiva histórica e visão de totalidade na abordagem da relação entre Educação, Trabalho e Saúde. A opção metodológica recaiu sob a abordagem qualitativa por meio Estudo de Caso, com base na reestruturação organizacional do modelo de saúde de Aracaju/Se e da política de qualificação empreendida no período de 2002 a 2006. Fontes bibliográficas, documentais/relatórios e entrevistas semi-estruturadas informam os resultados. Estes revelam que houve uma opção pela participação ativa dos responsáveis pelas diversas áreas técnicas da gestão na condução processo educacional. Notou-se que prevaleceu a busca de romper com a idéia de compra de procedimentos educacionais desvinculadas das demandas reais inerentes aos processos de trabalho. Constatou-se uma abordagem de caráter técnico-científico, a utilização de temas transversais, organizacionais e de planejamento centrados na normatização técnica do trabalho em saúde, concomitante com temas que resgatam a humanização, a subjetividade nas relações entre as pessoas. A educação permanente assim disposta busca ampliar conhecimentos, habilidades e atitudes de acordo com as diretrizes do modelo tecnoassistencial denominado “Saúde Todo Dia”. Ou seja, reflete um determinado contexto que agrega interesses singulares, coletivos distinguindo-se e contrapondo-se. O que permite deduzir que o CEPS foi delineado para constituir-se como espaço para formar uma nova mentalidade que busca articular a dimensão educacional e política do processo pedagógico uma vez que, as exigências de qualificação não se detêm apenas à dimensão técnico-instrumental. Propõe a valorização da dimensão social da qualificação configurando-se, portanto, também como uma arena que possibilita a criticidade, o diálogo coletivo. Portanto, é uma intricada arena de conjunção de forças e possibilidades. Tal relação pressupõe uma atuação e constituição voltada para o enfrentamento de questões referentes ao processo de aprendizagem, a interação entre os sujeitos envolvidos, e a relação entre formação básica e profissional como facilitador e mobilizador dos sujeitos sociais no processo de construção do conhecimento e, no preenchimento de lacunas na formação de pessoal para a saúde.
Palavras-chave: educação permanente, modelo tecnoassistencial, política de saúde |