500-1 | Saúde mental coletiva e saúde da mulher: desafios dos saberes e práticas | Autores: | Paula Gonçalves Filippon (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Bárbara Ferreira Leite (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Gabriel Feiches Alves (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Mylène Geiger (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo O presente trabalho trata-se de um relato de experiência a partir da inserção de residentes em Saúde mental coletiva em uma instituição hospitalar no município de Porto Alegre. A equipe de residentes é composta por uma enfermeira, uma terapeuta ocupacional e um pedagogo e fazem parte do programa de residência multiprofissional da UFRGS. Estes estão inseridos junto ao serviço de psicologia deste hospital geral que é referência em saúde da mulher. A residência em saúde mental coletiva da UFRGS tem como objetivo a formação em serviço, inserida e respeitando os princípios do SUS e em consonância com o ideário da Reforma Psiquiátrica. Sendo assim, os cenários de prática da residência são prioritariamente serviços substitutivos, como CAPSII, CAPS infantil, CAPS ad, Residenciais Terapêuticos. Visto que estes são serviços que trabalham diretamente com a reabilitação psicossocial e estão inseridos nas comunidades, trabalhando com a lógica de território - é um grande desafio a articulação e implementação de propostas em uma grande instituição como o hospital. O plano de ação dos residentes é de intervenção interdisciplinar e visa uma maior sensibilização para um cuidado ampliado à saúde mental, tendo como enfoque principal a atenção a usuárias de substâncias psicoativas. Por ser esta uma instituição de cuidado exclusivo à Saúde de Mulher, tanto para o município quanto para o estado do Rio Grande do Sul, há grande demanda de mulheres em situação de trabalho de parto, pré-natal de alto risco, planejamento familiar, cuidados oncológicos, dentre outros. Nosso trabalho é transversalizado por um olhar sensível a este universo feminino e de tantas particularidades e potencialidades. Nesta intervenção num serviço hospitalar de alta complexidade, de práticas naturalmente cristalizadas, um dos maiores desafios, além de superar os estigmas, é propor e sustentar a importância do trabalho com o território - que é comumente pouco valorizado e explorado nos atendimentos. Vale lembrar que em sua maioria, são mulheres mães, o que mobiliza uma série de valores e sentimentos, ainda mais quando esta faz uso prejudicial de álcool e/ou outras drogas. Esta é uma temática “fácil” de ser atropelada pelo juízo de moral e acreditamos que nossa experiência junto às equipes pode contribuir para a construção de um cuidado integral. Palavras-chave: Saúde Mental Coletiva, Saúde da mulher, Álcool e outras drogas |