9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:487-1


Poster (Painel)
487-1PROTAGONISMO NA GESTÃO EM SAÚDE MENTAL: A EXPERIÊNCIA DO FÓRUM DE COORDENADORES REGIONAIS DE SAÚDE MENTAL DO RIO GRANDE DO SUL
Autores:Vania Roseli Correa de Mello (SES/RS - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL)

Resumo

O processo de desinstitucionalização e a efetiva reintegração das pessoas com transtornos mentais na comunidade compõem uma realidade que permite afirmar que o Sistema Único de Saúde (SUS), em seus últimos anos, vem encampando estratégias efetivas neste campo. Apesar dos avanços na expansão, consolidação, qualificação e ampliação da rede de cuidados em saúde mental apontar para um aprofundamento do processo de Reforma Psiquiátrica brasileira, há que se reconhecer os inúmeros impasses ainda presentes. No intuito de contribuir para a consolidação do processo da Reforma Psiquiátrica este trabalho procura colocar em análise o lugar da gestão, tomando-o como estratégico na qualificação da atenção e cuidado em Saúde Mental. Em que consiste este lugar de gestão? Quais os elementos ou requisitos que lhe conferem a possibilidade de incidir de modo mais efetivo no cuidado ofertado aos usuários dos serviços? Como promover espaços de singularidade nas macro políticas de gestão? Considerando seu papel no assessoramento e supervisão às ações e serviços de saúde no âmbito do Estado e o reconhecimento da importância das instâncias regionais no fortalecimento da Reforma Psiquiátrica, a Coordenação Estadual da Política de Saúde Mental, desencadeou no ano de 2009 o Fórum Estadual de Coordenadores Regionais de Saúde Mental do Rio Grande do Sul. Este fórum alterou substancialmente a sistemática das reuniões entre a coordenação estadual e coordenações regionais de saúde mental, caracterizados até então por seu caráter burocrático e administrativo, onde a coordenação estadual acabava assumindo um lugar de “saber”, enquanto as coordenações regionais não se autorizavam em relação a sua própria experiência de trabalho. A partir das mudanças na sistemática e na própria concepção destes encontros, que passaram inclusive a contar com a socialização das diferentes experiências vivenciadas pelas coordenações regionais, este espaço tem se mostrado um potente dispositivo de reflexão e experimentação da corresponsabilização e do protagonismo dos trabalhadores no fortalecimento da política de Saúde Mental no RS. Aposta-se deste modo, no aumento do grau de autonomia e protagonismo dos trabalhadores e na ampliação do grau de abertura aos processos de criação que, sustentando a indissociabilidade entre gestão e atenção, possibilitam transitar da dor ao prazer no trabalho sem incorrer na banalização do sofrimento ou na idealização do prazer (BARROS; MORI; BASTOS, 2007).


Palavras-chave:  PROTAGONISMO, SAÚDE MENTAL, GESTÃO