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484-2 | O Sistema Único de Saúde e a Abordagem Sistêmica: possíveis aproximações | Autores: | Daniele Aparecida dos Santos (NESCO- UEL - Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva- UEL) ; Eliana Barbosa Pereira (NESCO- UEL - Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva- UEL) ; Sheila Regina de Camargo Martins (UEM - Universidade Estadual de Maringá) |
Resumo A saúde pública brasileira está transitando entre um modelo biomédico, curativo e um centrado nos princípios da Atenção Primária, focando a promoção e prevenção da saúde, o que implica na mudança dos paradigmas que norteiam as práticas em saúde. Objetivou-se assim realizar uma investigação qualitativa sobre as possíveis aproximações entre os princípios do Sistema Único de Saúde e o referencial sistêmico em Terapia Familiar, buscando compreender, através do levantamento bibliográfico, as possíveis interfaces entre os principais conceitos sistêmicos, seus modelos de intervenção e os pressupostos e diretrizes do SUS. Observou-se similaridades entre o conceito de integralidade, a concepção de saúde e as diretrizes de atenção às relações familiares e comunitárias com os pressupostos sistêmicos. A compreensão ampliada de sujeito é comum à política de saúde e à abordagem sistêmico-construtivista, assim como as diretrizes de intervenção – baseadas na intenção de ativação dos recursos (individuais, familiares e sociais), que consideram o contexto sócio-cultural e a valorização dos saberes locais. Coincidem também na valorização da autonomia das pessoas e dos grupos e na adoção de uma postura horizontal com estímulo da co-construção de saúde no processo interacional entre gestores, profissionais e usuários. A valorização do singular e contextual é também identificada tanto na política quanto na proposta teórica aqui analisada e se reflete na preocupação com a questão relacional no processo de produção de saúde que envolve o indivíduo, sua história peculiar em uma família específica e nas relações com a rede social de apoio. Assim como valoriza cada trabalhador e suas interfaces co-construídas na história e inter-relações institucionais, com gestores e demais atores e setores que constituem a rede de serviços. Não se trata de retirar a responsabilidade do estado com o investimento em saúde e em todos os seus condicionantes, mas em incentivar a participação popular intensiva nas diferentes instâncias para garantir seus direitos constitucionais. Mudanças nas concepções de saúde implicam na necessidade de repensar a formação dos profissionais que atuam nessa área. Apesar de já se perceber avanços nessa direção, faz-se necessário uma constante reflexão crítica sobre os pressupostos que embasam a formação, tanto nos cursos de especialização quanto nos de graduação.
Palavras-chave: Abordagem Sistêmica, Referencial teórico, SUS |