9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:479-2



479-2UMA POLÍTICA DE SUBJETIVAÇÕES POSSÍVEIS NO ENCONTRO CLÍNICO E SANITÁRIO.
Autores:Michele Eichelberger (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

Consagrada a reforma sanitária em 1988 e a partir da década de 90, com o retorno da questão do sujeito, criando condições de co-produção da saúde, abre-se à mobilização de uma política de subjetivações possíveis, aos caminhos possíveis para a invenção do cotidiano. Engrendra-se territórios, contextos macro e micro, agentes do conhecimento, numa política construtivista, afim de avançar espaços micropolíticos. A questão da integralidade, sobretudo a integração trabalhador-usuário, passa ser tensionada sob novo enfoque, sendo mais do que construção de vínculo, tensiona-se para dentro do serviço, a relação com o outro. Trabalha-se com a qualidade das “portas de entrada”. Do trabalho com sujeito, para o trabalho com intersubjetividades, onde dissoa a experiência, o encontro com o outro. A abordagem da subjetividade em questão é o possível, o virtual, pulsações, acontecimentos, inaugurando uma nova rede, de onde novas redes possíveis irão emergir. Do convite ao movimento, a investigar-se com outros corpos, produz-se pistas, as quais compõem uma proposta de intervenção que norteia uma política de subjetivações possíveis no encontro clínico e sanitário. Será possível um estado menos vulnerável as condições externas? Não no sentido reativo, mas maior grau de liberdade, potência de agir? Que condições de co-produção compõem espaços de atenção? Em que condições a comunicação é possível? O que são espaços de atenção? Lançadas algumas questões, operando com o ‘livre necessário’, aposta-se nos bons encontros e acredita-se no apoio privilegiado de outras linguagens, engedragens artísticas e analíticas, como uma importante conversa com a área de conhecimentos na saúde coletiva, sobretudo com enfoque na gestão do cotidiano em saúde, trabalhando a questão da técnica (Techné/Arte). Compondo práticas em saúde com norte ético, político, afetivo. Assim, no contexto da política de Redução de Danos de Campinas/SP, com foco na relação usuário-agente redutor de danos, propõe-se criar espaços de agenciamento, enquanto artifício que acolhe uma prática de investigação/intervenção a reverter o modelo tecnoassistencial, de comunicação, nos serviços de saúde. Lança-se mão da performance na abertura de territórios que possibilitem um via dupla de investigação/intervenção, espaço-corpo, enquanto condições de co-produção e avaliação qualitativa de práticas em saúde que se agenciam na rede e na produção de espaços coletivos mediados por dispositivos de comunicação.


Palavras-chave:  Trabalhador-usuário, Condições de Produção da saúde, Uma Política de Subjetivações Possíveis