Resumo

O presente trabalho surgiu a partir de uma atuação conjunta entre residentes em Saúde Coletiva do IESC/UFRJ com o setor de vigilância epidemiológica do Centro Municipal de Saúde Américo Veloso para a construção de um plano de ação para a vigilância de contato de hanseníase no Complexo da Maré, uma das regiões de menor IDH da cidade do Rio de Janeiro que atualmente possui aproximadamente 200.000 habitantes. A baixa cobertura na vigilância de casos e a dificuldade no mapeamento de contatos agregada a fatores como a dificuldade no acesso a serviços de saúde e a grande aglomeração de pessoas levam a área a estar muito abaixo dos indicadores de vigilância preconizados pelo Ministério da Saúde para o controle da hanseníase. A construção do plano visa oferecer subsídios técnicos para a implementação da vigilância de contato para hanseníase no domicílio e peri-domicílio com base nos pressupostos de descentralização, estratégia adotada pelo município do Rio de Janeiro para o controle de doenças endêmicas de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Também a educação em saúde é um referencial importante na medida em que a capacitação dos ACS (agentes comunitários de saúde), a mobilização de dispositivos da comunidade (como templos religiosos, escolas, associações de moradores, radio comunitária, etc) para vigilância em hanseníase, assim como o esclarecimento da população quanto ao auto-monitoramento de sinais e sintomas, são elementos-chave para a implementação do plano. No momento o plano encontra-se em fase de implementação com a descentralização sendo realizada do CMS Américo Veloso para os Postos Saúde da Família existentes no território, através de reuniões regulares, etapa esta que será seguida pela capacitação dos agentes comunitários de saúde. A avaliação do plano deverá ser feita ao longo de sua execução, para isso foram formulados indicadores operacionais de monitoramento a fim identificar falhas e assim redefinir metas e reformular atividades.