Resumo

A Saúde Pública do Brasil tem obtido avanços na consolidação da Atenção Básica, contudo em parte dos serviços a prática continua centrada nos procedimentos e não no cuidado do usuário. Neste trabalho foi feita uma analise de como ocorre o acesso do usuário ao tratamento medicamentoso na rede de serviços da Atenção Básica, utilizando o relato de caso do município de Campina Grande/PB. Como metodologia optou-se por trabalhar com Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) utilizando como ferramentas o Fluxograma Analisador e Formulário de Assistência Farmacêutica. No período do estudo (março de 2009) foram avaliadas 5.887 solicitações de medicamento em treze Unidades de Saúde da Família. A partir da analise dos dados obtidos foram identificados alguns dos condicionantes restritivos do acesso ao medicamento, como: baixa responsabilização da equipe quanto ao uso racional do medicamento; não há comunicação com outros setores da saúde que são parceiros; e resistência da equipe em discutir sobre processo de trabalho. Foi possível observar, ainda, que dificuldades de acesso do usuário ao serviço não ocorrem, necessariamente, por descaso da equipe, mas ela ocorre principalmente quando o profissional molda esse acesso a sua disponibilidade. Conclui-se que o trabalho em equipe multidisciplinar com a inclusão de novos atores, inclusive da comunidade, coresponsabilizando-se pelo cuidado pode levar ao Uso Racional dos Medicamentos e conseqüente melhoria da qualidade de saúde da população.