Resumo

A proposta do estudo consistiu em reconstruir e ressignificar o processo histórico da Reforma Sanitaria em Sergipe e teve como objetivo central analisar a participação dos assistentes sociais nesse processo e perceber as condições históricas que favoreceram ou restringiram a construção do SUS em Sergipe e a protagonização dos diversos sujeitos. A pesquisa justificou-se pela necessidade de rever uma experiencia histórica que teve grandes desdobramentos no cenário local e possibilitou um processo de construção dialogada e pactuada do SUS em Sergipe, reveladores das possibilidades e limites nas tensas e conflituosas relações entre gestores e trabalhadores. A pesquisa, de natureza qualitativa, efetivou-se com o recurso da história oral, através de entrevistas abertas com trabalhadores, gestores e assistentes sociais que participaram das lutas pela contrução do sistema publico de saúde em Sergipe, processo que possibilitou, também, a ampliação e consolidação da cidadania. Os sujeitos da pesquisa foram escolhidos através da técnica do efeito cascata com os sujeitos que participaram das lutas dos profissionais e trabalhadores da saúde, no nivel local, nos anos 1980. Além do recurso da história oral, também utilizei o recurso da pesquisa documental além de pesquisa em dois grandes jornais de circulação local, nos exemplares diários do período de 1975 a 1989. A análise e enterpretação dos dados permitiu reconstruir o processo histórico dessas lutas e constatar a participação efetiva dos assistentes sociais de Sergipe nesse processo e afirmar que essa participação propiciou a inclusão, nos anos 1990, desses profissionais nas equipes de saúde da familia em Aracaju, de processos pactuados entre os trabalhadores e gestores, de construção de modelos técnicos assistenciais que transitaram do médico-centrado para usuário-centrado e novas formas de produção do cuidado.