Resumo

Em 2006, com o lançamento da Política de Avaliação e Desenvolvimento do Grupo Hospitalar Conceição, desencadeou-se um processo de reestruturação da Gestão do Trabalho, Educação e Desenvolvimento que faz parte da Gerência de Recursos Humanos. Foi necessária, então, a ampliação da equipe e, acima de tudo, a composição de uma equipe multiprofissional, com diversos olhares e experiências para que, de fato, fosse consolidada tal política. A proposta inicial, coerente com o Movimento da Reforma Sanitária, as Conferências de Saúde e de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (consolidada pela NOB-RH/SUS) foi fundamentada em alguns conceitos estruturantes como de território, vínculo, descentralização e responsabilização. Na época, constituímos a equipe com dez Referências Técnicas, sendo: cinco Técnicos em Educação, três Assistentes Sociais, uma Psicóloga e uma Enfermeira. Cada Referência tornou-se responsável por uma Gerência ou Unidade Hospitalar do GHC, com o objetivo de produzir uma relação mais próxima com os trabalhadores e gestores para o acompanhamento do processo de avaliação e de planejamento das equipes de trabalho. As referências são trabalhadores que vinculam-se às equipes na perspectiva de produzir espaços para que o debate sobre o processo de trabalho seja uma constante, atribuindo a participação de cada trabalhador como extremamente necessária para a consecução dos objetivos da equipe, de sua qualificação e protagonismo na construção do SUS. Com o passar dos anos, o papel das referências foi sendo ressignificado, desenvolveram-se trabalhos relacionados à realidade de cada equipe no campo educativo, tais como oficinas, cursos, seminários, capacitações em serviço, os quais contribuem para qualificar o processo de educação permanente na instituição. Podem-se visualizar como efeitos da inserção deste sujeito a maior visibilidade da Gestão do Trabalho no âmbito do GHC, sua vinculação com o conjunto das demais equipes, o desenvolvimento de ações de planejamento coletivo, o incentivo para a participação dos trabalhadores nos processos de tomada de decisão - co-gestão -, a promoção de relações mais democráticas – horizontais – entre gestores e trabalhadores, assim, o papel de cada trabalhador no fazer cotidiano no SUS.