414-2 | A Construção da Clínica Ampliada em um CAPS Infantil | Autores: | Laura Anelise Faccio Wottrich (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Hericka Zogbi J. Dias (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Vanessa Limana Berni (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Fernanda Steffen Culau (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa Maria) ; Maristela Peixoto (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa MariaUFSM - Universidade Federal de Santa Maria) |
Resumo A partir da proposta da Reforma Psiquiátrica, importantes mudanças vem acontecendo no campo da saúde mental. Práticas e saberes são repensados e novos dispositivos, como os CAPS, foram criados para substituir o atendimento no modelo hospitalocêntrico. Nesses serviços, as propostas de intervenções não são estáticas, pois devem se adequar à demanda da clientela e do local em que estão inseridos. Neste sentido, este resumo pretende apresentar o trabalho desenvolvido no CAPSi da cidade de Santa Maria, RS.
Essa experiência surge da parceria entre o curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o CAPSi, a qual envolveu atividades de estágio curricular, extensão e pesquisa. Inicialmente alunos da graduação desenvolveram oficinas abertas com o intuito de aproximar usuários, familiares e comunidade, através de atividades diversas, como culinária, fuxico, pintura etc. Percebendo-se que essa proposta gerou uma abertura no serviço e que havia demanda para outros espaços semelhantes, a proposta foi ampliada, acolhendo novos alunos, e culminando com a criação de um projeto denominado PROCONVIVE.
O trabalho foi iniciado tendo em suas atividades a idéia de construção da clínica ampliada, visto que possibilitou uma permanência maior dos pacientes no serviço, indo além dos atendimentos individuais e das atividades com horário marcado. Assim, o que se propõe é estar no ambiente, disponível para acolher a demanda do paciente e oferecer uma escuta e uma atenção ampliadas. Essa proposta vai ao encontro do que é recomendado pelo Ministério da Saúde (2004) em relação ao funcionamento dos CAPS, o qual pontua que o trabalho deve ocorrer em um meio terapêutico, caracterizado por ser um ambiente facilitador, estruturado e acolhedor.
Acreditamos que o estabelecimento de um ambiente suficientemente bom, pontuado por Winnicott (1954) no que se refere à construção vincular, conduz a uma vivência saudável, da qual a constante permanência nesse espaço se faz terapêutica a partir de novas formações subjetivas, diferentes daquelas que possivelmente originaram o adoecimento psíquico. Desde a efetivação do projeto muitas crianças e adolescentes demonstraram interesse em permanecer por mais tempo no serviço. Isso nos permite inferir que a organização que se apresenta hoje no serviço, além de expandir as fronteiras do trabalho profissional, possibilita a transformação da relação institucional com os pacientes, tendo a promoção de saúde como resultado dessa ação. Palavras-chave: CAPS infantil, Clínica Ampliada, Saúde Mental |