Resumo

Introdução: O presente projeto consiste em uma pesquisa que visa identificar a percepção de coerção em assistência de pacientes atendidos no Hospital Universitário de Santa Maria, RS. O interesse pela temática "avaliação da percepção de coerção" surgiu em virtude dos avanços dos conhecimentos médicos, das práticas assistenciais e da realização de pesquisas, e também devido aos estudos relacionados à Bioética. Entende-se que o paciente ou participante de pesquisa deve ter sua autonomia e liberdade de decisão respeitadas. Para tanto, o sujeito deve ser informado claramente sobre os procedimentos aos quais será submetido e deve ter liberdade de escolher se quer ou não participar. Objetivos: Os objetivos da pesquisa consistem em avaliar se os pacientes ambulatoriais ou internados no hospital sentiram-se coagidos no momento da decisão pelos tratamentos ou se perceberam suas decisões como autônomas e voluntárias. Além disso, busca-se compreender como se dá a percepção de coerção e que fatores podem influenciá-la. Também são avaliados os níveis de desenvolvimento psicológico-moral e a ocorrência de alfabetismo funcional entre os participantes. Método: Trata-se de um estudo transversal, em que são aplicadas a Escala de Coerção em Assistência, a Escala de Desenvolvimento Psicológico-Moral e o Instrumento de Avaliação de Alfabetismo Funcional em duas amostras: uma de pacientes ambulatoriais e outra de pacientes internados no HUSM. É utilizada, também, a técnica de entrevista semiestruturada. Resultados Parciais: Os resultados apontam um baixo índice de percepção de coerção, o que indica que a voluntariedade destes pacientes tem sido preservada. Quanto ao nível de desenvolvimento psicológico-moral, tem-se uma prevalência em ambas as amostras do nível consciencioso. Já quanto à avaliação relativa ao alfabetismo funcional, observa-se uma prevalência dos sujeitos em nível rudimentar. Conclusão: O que se observou é que o índice de percepção de coerção é relativamente baixo, apontando para o respeito à voluntariedade e decisão autônoma dos pacientes. O nível de desenvolvimento psicológico-moral indica que a maioria destes sujeitos possui capacidade de tomar decisões de maneira autônoma, considerando seus desejos e crenças, porém ainda são passíveis de constrangimento. Com relação ao alfabetismo funcional, encontraram-se índices altos de nível rudimentar se comparados a outros estudos.