Resumo

Colegiados de Gestão: a experiência do Grupo Hospitalar Conceição Em 2005, iniciou-se um amplo processo de escuta junto aos trabalhadores, a respeito do que entendiam e como eram realizadas as avaliações individuais de trabalhador na instituição. Questionava-se conceitos e concepções que embasavam instrumentos e metodologias utilizadas. Neste processo constatamos inúmeras dificuldades, alguns gestores avaliavam os trabalhadores com o objetivo de acompanhar os procedimentos e as técnicas realizadas, outros como mecanismo de punição e outros apenas no período probatório.Em relação aos serviços, fragmentação dos processos de trabalho, ausência de indicadores para o planejamento de ações. Neste contexto institucional identificamos práticas autoritárias, interesses corporativos, muitas vezes em prejuízo do interesse público. Assim, em março de 2006 ocorreu o lançamento da “Política de Avaliação de Desenvolvimento”, fundamentada nas proposições das Conferências Nacionais de Saúde e da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, como também nas políticas do Ministério da Saúde e do Grupo Hospitalar Conceição.Esta política propõe um processo de avaliação em três níveis: individual, em equipe e institucional. Baseada, então, na necessidade de constituir equipes relacionadas aos serviços e considerando o princípio da democratização da gestão é que, em 2007, iniciou-se outro movimento implementando os Colegiados de Gestão. O objetivo dos Colegiados é garantir espaços periódicos de discussão das equipes para o seu planejamento e, também, acompanhar, analisar e avaliar os processos de trabalho, dialogar sobre os conflitos, pensar e redefinir fluxos e rotinas do setor, debater sobre infra-estrutura e investimentos.Os trabalhadores são eleitos representando, aproximadamente, 10% do total de trabalhadores das suas equipes. É minimamente paritário entre gestores e trabalhadores, podendo haver mais trabalhadores do que gestores, com representação de turnos e categorias profissionais, sendo aberta à participação de qualquer trabalhador da equipe. Contudo, ainda há necessidade institucional de repensar sobre a constituição e a organização destes espaços, pois os colegiados além de discutir as práticas do cotidiano e as relações de trabalho da equipe, devem, por sua vez, incentivar a gestão compartilhada e a co-gestão, na busca dos preceitos da gestão democrática e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde.