9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:406-2


Poster (Painel)
406-2ASPECTOS SOCIALIZANTES E EMANCIPATÓRIOS DA REFORMA SANITÁRIA E DO SUS: AS PERSPECTIVAS DE SUA REALIZAÇÃO NO ÂMBITO DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS
Autores:Ana Maria de Vasconcelos (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Aline Maria Thuller de Aguiar (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Valquiria Helena dos Santos Coelho (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Mayana de Souza Gomes da Silva (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Renata Mendes Lima (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Marianna Amendola Borges (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Raquel Barbosa Ribeiro (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Luciana da Conceição E Silva (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Os Hospitais Universitários (HU’s) são locais privilegiados da relação indissociável entre assistência à saúde, ensino das profissões de saúde e produção de conhecimento. Os princípios ético-políticos e as referências teórico-metodológicas veiculados nesse processo expressam uma visão de mundo que influencia os futuros profissionais na formação de conceitos; negação, superação ou solidificação de princípios; definição de objetivos, metas, estratégias e ações necessárias tendo em vista uma prática que resulte na materialização do Sistema Único de Saúde (SUS) que, legalmente, garante a saúde como direito do cidadão, dever do Estado e com controle social. Da pesquisa realizada nos HU’s/RJ, através de entrevista em profundidade com 349 profissionais - assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos; fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, médicos e psicólogos, abordamos concepções dos profissionais relacionadas à saúde. Dentre as diferentes concepções de saúde, destacam-se a defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a concepção ampliada de saúde da Reforma Sanitária. A OMS considera saúde como “estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. Conceito que acarretou inúmeras críticas quanto a sua abstração, pois trata a saúde como algo ideal e inatingível. Uma definição que não resgatando os determinantes sociais concretos tem caráter estático assentado numa ideia utópica de “bem-estar”. No Brasil, o Movimento da Reforma Sanitária assume a concepção de que a saúde e a doença não podem ser explicadas exclusivamente nas suas dimensões biológica e ecológica, mas, também, por determinantes sociais e históricos. Os dados da pesquisa mostram que os profissionais, em sua maioria, desconhecendo a Reforma Sanitária e, principalmente, o SUS, não conseguiram superar a cultura acumulada relativa à concepção de saúde: a ideia de “saúde como ausência de doença”. Uma ideia que a concepção da OMS não superou e que leva não só a população a procurar o sistema somente em caso de doença/agravo aparente, mas favorece os próprios profissionais a não atentar para o que sinaliza o SUS: prioridade para a prevenção e promoção da saúde, sem prejuízo das ações assistenciais. A análise destes dados nos permite observar que os aspectos socializantes e emancipatórios da Reforma Sanitária e do SUS não estão sendo apropriados pelos profissionais, nem estão mediando a prática na saúde nos HU’s.


Palavras-chave:  Reforma Sanitária, Hospitais Universitários, Profissionais de Saúde