9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:401-2


Poster (Painel)
401-2Indicadores Sociais e Saúde: uma aproximação necessária
Autores:Fernanda Carlise Mattioni (ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio AroucaESF/SES-RS - Coordenação Estadual Estratégia Saúde da Família - SES/RS)

Resumo

Este trabalho propõe uma sistematização dos principais indicadores sociais do município de Santa Maria – RS. Utilizam-se dados secundários, obtidos por meio de informações disponibilizadas pelo DATASUS e IBGE na internet. Após a realização da busca, os dados foram organizados em quatro grupos de indicadores: populacionais, socioeconômicos, de saúde e oferta de serviços de saúde. Os indicadores populacionais revelaram que no período 1991 a 2000, a população cresceu de 207.932 em 1991 para 243.611 em 2000 (1,84%). A taxa de urbanização cresceu 1,22%, passando de 93,56% em 1991 para 94,70% em 2000. A estrutura demográfica sugere que a maior parte da população encontra-se em idade economicamente ativa, revelando uma tendência a um menor número de crianças e adolescentes, e um aumento progressivo do número de pessoas em idade adulta e idosa. Segundo o grupo de indicadores socioeconômicos, Santa Maria possui 15,17% da população não-alfabetizada, 98% das crianças na faixa etária entre 07 e 14 anos frequentando a escola e média de estudo de 7,8 anos. A renda per capita média do município cresceu 34,41%, passando de R$ 319,36 em 1991 para R$ 429,25 em 2000. A pobreza diminuiu 20,86%, passando de 19,7% em 1991 para 15,6% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0,55 em 1991 para 0,57 em 2000. No período 1991 a 2000, o IDH Municipalcresceu 6,69%, passando de 0,792 em 1991 para 0,845 em 2000. As condições sanitárias melhoraram entre 1991 e 2000. No entanto, ainda existem localidades com pouca ou nenhuma infra-estrutura sanitária, representando riscos à saúde dos moradores dessas áreas. Os indicadores de saúde denotam o aumento do número de gravidez na adolescência, prematuridade e partos cesáreos. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis pela maior parte dos óbitos no município. Já os indicadores de oferta de serviços de saúde revelam mais investimentos em Atenção Básica / Saúde da Família, além da oferta de serviços de média e alta complexidade. O quadro da saúde relatado aproxima-se da realidade de muitos municípios brasileiros. Os indicadores observados sugerem que investimentos em saúde, aplicados isoladamente, sem planejamento integrado com outros setores, podem ser pouco eficazes para melhoria das condições de saúde. Desta maneira, a construção de políticas intersetoriais, condizentes com a realidade local pode ser um caminho para a melhoria dos Determinantes Sociais da Saúde e, em consequência, da saúde da população.


Palavras-chave:  Indicadores Sociais, Saúde, Planejamento