9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:398-1


Poster (Painel)
398-1Sistemas de Informação em Saúde: cenários possíveis em sistemas locais de saúde
Autores:Juliana Maciel Pinto (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Tatiana Engel Gerhardt (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

Este estudo é parte da pesquisa base “Fluxos e utilização de serviços de saúde: mobilidade e necessidades em saúde de usuários e novos desafios para a integralidade em saúde pública”. Em uma primeira etapa, a referida pesquisa base tentou analisar a utilização de serviços de Atenção Básica (AB), a partir de dados secundários do Sistema de Informações Ambulatoriais do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde, na região empírica de 13 municípios da Metade Sul do estado do Rio Grande do Sul. Os resultados voltaram-se para a questão da qualidade da informação em saúde, “que compromete o uso da informação no processo de planejamento de ações em saúde” e que pode ter motivos diversos, desde o lançamento dos dados nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), seu tratamento, até o seu retorno ao município de origem (GERHARDT et al, 2009). A partir do exposto, o presente estudo buscou conhecer a utilização dos SIS na gestão e planejamento da AB de Secretarias Municipais de Saúde dos mesmos 13 municípios da pesquisa base. Utilizou abordagem qualitativa com entrevistas semi-estruturadas a gestores secretários de saúde desses 13 municípios de estudo e análise temática com categorização auxiliada pelo software Nvivo8. Os resultados mostraram que, apesar da desconfiança na coerência dos dados de SIS para a AB, os gestores afirmaram a sua utilização e importância na organização do trabalho na AB. Foram relatadas dificuldades, como a incoerência de algumas informações dos SIS conforme a realidade conhecida; bem como a elaboração de estratégias, como os SIS formulados localmente, com variáveis e dados que julgam imprescindíveis e que por vezes não estão contemplados pelos SIS estadual e federal. Outros relatos associaram os SIS para o cumprimento de burocracias decorrentes da ligação do sistema municipal de saúde com os demais níveis de gestão. Estes resultados traduzem um processo de empoderamento dos gestores locais, uma vez que mostraram-se preocupados com o tratamento dos dados em todos os níveis gestores, questionando a forma como são apresentados, por vezes negando-os. Entende-se que há esforços dos gestores para a construção de um trabalho em saúde que ultrapasse ações normativas, verticais, e que considere os dados dos SIS. Sugere-se, também, investigação acerca de subutilização dos SIS e reflexão sobre parcerias entre gestores – intermunicipais e interesferas governamentais – e que sejam capazes de ultrapassar os entraves ainda existentes.


Palavras-chave:  Sistemas de Informação, Gestão em Saúde, Atenção Primária à Saúde