Resumo

Através de um programa de extensão do governo em parceria com as universidades públicas do estado do Pará, pudemos vivenciar as realidades pertinentes ao Assentamento João Batista II, no município de Castanhal/PA. Deste convívio cotidiano, pudemos nos aproximar de personagens atuantes e significativos dentro da comunidade, dentre eles, uma das agentes comunitárias de saúde que, além desta função “formalizada”, é muito procurada pelos moradores do AJB por seus saberes em utilizar plantas medicinais em lugar dos escassos medicamentos industrializados. Acompanhando-a em seu dia-a-dia, pudemos construir junto com a mesma um catálogo de plantas medicinais e suas propriedades com as plantas existentes no próprio assentamento e que são de fácil acesso. A simplicidade no lidar com as plantas e o jeito extrovertido são características desta ACS que se preocupa em fazer as visitas àqueles pelos quais é responsável com freqüência. Em seus relatos, expõe-nos as dificuldades que os assentados têm de receber atendimento médico por mais que exista um pequeno posto de saúde na vila do AJB. O médico deveria ir de 15 em 15 dias, às terças-feiras realizar os atendimentos. Mas a mesma relata que, além da freqüência não ser respeitada, há grande dificuldade em conseguir encaminhamentos para as especialidades, já que o médico que faz a visita lá é clínico geral. Também falou-nos de sua preparação para ser ACS, de deficiências que ela percebeu, pois não são preparados para lidar com a realidade na qual vivem e muitas vezes, não fossem seus conhecimentos das plantas e de outros cuidados que aprendeu por experiência própria no campo, não teria como ajudar às pessoas.