Resumo

Este trabalho consiste no relato de experiência prática vivida por acadêmicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem e Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz, em contato com a comunidade de Unidade Saúde da Família (USF) do interior da Bahia. A vivência em questão consiste na implementação do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde).Tal atividade foi direcionada aos portadores de diabetes mellitus (DM) adscritos a referida comunidade.Esta clientela tem apresentado dificuldades ou resistência à adesão ao tratamento medicamentoso.Tal necessidade incitou os integrantes do PET-Saúde à realização de atividades que promovessem a educação em saúde. Objetivou-se a co-responsabilização do usuário e, conseqüentemente, a qualidade de vida através da promoção da saúde e prevenção de agravos.A vivência iniciou por visitas domiciliares, acompanhadas pelos agentes comunitários de saúde, com o intuito de identificar o processo de trabalho junto aos portadores e construir estratégias de adesão à terapêutica; além de identificar aqueles que não estão sendo acompanhados pelas consultas médicas de forma regular.Optou-se por uma abordagem a partir da realidade com conteúdo prático, e produção de instrumentos criativos e acessíveis a estes usuários.Dentre as estratégias apresentadas, destacam-se: a elaboração conjunta de lembretes com horários e quantidade de comprimidos ou volume de insulina a serem administrados;desenvolvimento de elementos icônicos auxiliares anexados às cartelas dos medicamentos (desenhos de sol, almoço, lua, dentre outros);separação dos fármacos em recipientes distintos e identificados conforme sua indicação (para DM ou hipertensão,caso os usuários apresentassem as duas patologias associadas);identificação e diferenciação entre os receituários;além da identificação dos cuidadores de clientes idosos.Percebeu-se uma mudança/adequação significativa nos padrões de comportamento desses usuários portadores de DM,após a realização das atividades propostas, mostrando que os mesmos desenvolveram o pensamento crítico e reflexivo relacionado à adesão ao seu processo medicamentoso.Frente a isso,recomenda-se a implementação das ações de educação em saúde como estratégia integradora de um saber individual e coletivo,o qual desperta no indivíduo/família sua autonomia e emancipação para o auto-cuidado.