Resumo

A lei nº8.080/90 refere que é campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS) a preocupação com a formação de recursos humanos para a área da saúde. Nesta perspectiva novas metodologias objetivam formar profissionais voltados para o sistema público de saúde e impactar nos espaços de ensino, gestão e assistência. Assim, a Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde da UFSM surgiu, julho de 2009, com a proposta de trabalho interdisciplinar, intersetorial e interinstitucional, com interface das ênfases: atenção hospitalar, atenção básica e gestão e políticas públicas. Esta nova iniciativa prima pela utilização de linhas de cuidado como trajetória assistencial, possibilitando organizar os fluxos, referências e contra-referências, focando a integralidade. A ênfase de gestão integra este projeto pela necessidade de profissionais qualificados para atuação na gerência e gestão do sistema público de saúde, na medida em que a complexidade destes espaços exige novas competências para o modelo de gerência do SUS. Para alcançar este objetivo, cinco residentes estão inseridas em campos de atuação de gestão, sendo três delas (psicóloga, farmacêutica, assistente social), na Secretaria de Município da Saúde de Santa Maria e duas delas (enfermeira e farmacêutica), na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). No campo de atuação municipal as residentes estão vivenciando gestão da atenção básica, presenciando dificuldades, impasses e decisões de gestão. Na 4ª CRS, as residentes estão experenciando a gestão macrorregional de assessoramento técnico, subsídio municipais e estadual a 31 municípios de abrangência, atuando no Núcleo de Ações em Saúde, de Planejamento e Regulação e Assistência Farmacêutica. As residentes atuam conhecendo e incorporando estratégias de planejamento e programação, na tentativa de criar dispositivos para estabelecimento de fluxos entre atenção hospitalar-atenção básica-gestão. A expectativa do Programa e dos campos de atuação da ênfase de gestão é que ao final desta trajetória de formação os residentes possam propor novas iniciativas de gestão, por meio da produção de tecnologias com a finalidade de transformar a produção de saberes e práticas de saúde, garantindo aos usuários o que preconiza o SUS. Nesta lógica, é incontestável a necessidade de pensar novas propostas, metodologias e iniciativas de formação para atender a fragilidade de profissionais qualificados e preparados para atuarem em processos decisórios e de gestão.