Resumo

O objetivo deste estudo é conhecer o repertório de habilidades sociais dos agentes comunitários de saúde em seus diversos contextos de trabalho, além de investigar se os processos de seleção, capacitação e supervisão enfocaram as habilidades interpessoais. Procurou-se relacionar as categorias de habilidades sociais propostas por Del Prette e Del Prette (1999), com a atuação comunitária deste profissional. Frente ao objetivo deste estudo, optou-se por realizar uma pesquisa de campo junto aos agentes comunitários de uma unidade de saúde da família, no município de Santa Maria, através de uma entrevista e a aplicação de um instrumento que avalia as habilidades sociais. Os resultados apontaram que o processo seletivo enfocou a resolução de problemas e a capacidade comunicativa. Já a capacitação focou-se principalmente nas questões técnicas do trabalho, deixando em segundo plano o desenvolvimento interpessoal dos profissionais. A supervisão tem o objetivo central de regulação da quantidade de trabalho executado, em detrimento da função de apoio e tirada de dúvidas. No contexto da visita domiciliar, apreendeu-se que a empatia e a expressão de sentimento positivo são as habilidades mais desenvolvidas. Na caracterização de um perfil profissional, os agentes citam a capacidade de se comunicar de forma satisfatória, adotar uma postura ética e saber escutar os usuários como prioritárias. A maior dificuldade encontrada foi em relação ao trabalho em equipe, contexto em que encontramos um déficit no repertório assertivo dos agentes. Conclui-se que um mecanismo de capacitação e supervisão com foco no desenvolvimento de habilidades sociais podem contribuir significativamente na formação do agente comunitário de saúde.