Poster (Painel)
328-2 | (Re)descobrindo a cidade: Um Percurso da Terapia Ocupacional às Trocas Sociais
| Autores: | Bárbara Leite (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) |
Resumo O Ministério da Saúde, com a aprovação da Lei 10.216(Brasil 2001), propõe uma política de saúde mental, afirmando como meta a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por uma assistência comunitária. Nesta, o novo lugar de tratamento de sujeitos em sofrimento psíquico. As condições nas quais esses serviços foram, e vêm sendo, implantados, apontam um modelo em construção, em que os CAPS,constituídos com uma equipe interdisciplinar, oferecem o cuidado na atenção à saúde mental. Assim, esses serviços pretendem que o sujeito em sofrimento seja assistido em sua comunidade, lugar esse onde acontecem as relações sociais.
Apontando a comunidade como lugar de partida para o tratamento que resulta na manutenção de vínculos e não mais a segregação manicomial e sim na direção da reabilitação psicossocial, na construção e reconstrução de laços sociais que em algum momento foram rompidos após a crise psíquica.
Com isso, surge a vivência na construção de um grupo de grupo de atividades culturais em um CAPS com a necessidade de repensar um dispositivo, um espaço grupal de trocas sociais e circulação pelos espaços da cidade. Buscou-se criar estratégias juntamente com os sujeitos envolvidos para que eles pudessem, estar em outros lugares e explorar outras dimensões da cidade em suas vidas. (Re)descobrindo espaços da cidade possíveis de trocas sociais significativas que lhes fizessem sentido, desde os seus desejos e historias de vida, respeitando suas potencialidades e dificuldades, assim ressignificando a sua experiência de vida.
A partir disso, a Terapia Ocupacional se vê engajada nessa luta e instigada a criar dispositivos compartilhados de intervenção terapêutica, favorecendo o exercício de cidadania, propondo-se a descobrir novas possibilidades de reinserção, através da ampliação do relacionamento interpessoal e lugares na cidade.
Os recursos terapêuticos se voltam para a reabilitação a partir da sua reinserção, através de diferentes vivências em atividades culturais e de lazer, proporcionando aos usuários, experiências coletivas, auxiliando, dessa forma, na reconstrução desses laços sociais: comunitários, de amizade e de uma possível aproximação com o trabalho. A estratégia principal é conquistar maior autonomia, propondo a exploração de espaços não restritos ao tratamento.
Palavras-chave: Cidade, Trocas sociais, Terapia ocupacional |