Resumo

Caracterização do problema:O Programa de Saúde da Família foi apresentado pelo Ministério da Saúde em 1994, como alternativa de reorientação do modelo tecnoassistencial, propondo uma nova dinâmica na organização dos serviços e ações em saúde a partir da Atenção Básica. Busca substituir o modelo tradicional por um modelo centrado nas necessidades do usuário/comunidade. Dessa forma, tem o desafio de operar na lógica da intersetorialidade, onde as ações em saúde são construídas de forma coletiva, estabelecendo um sistema de referência e contra-referência que garanta a resolubilidade e qualidade da assistência, orientada por ações de atenção preventiva, curativa, reabilitadora, de promoção e educação em saúde. (BRASIL, 2002;). Diante disso a inserção de residentes do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde da Universidade Federal de Santa Maria em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) mostrou que a organização do processo de trabalho ainda segue o modelo tradicional de assistência em saúde. Descrição da experiência: No decorrer desta vivência evidenciou-se aquilo que é preocupação para Política Nacional de Humanização (PNH) (BRASIL, 2004), a qual refere à necessidade de mudança nos modelos de atenção e gestão em saúde, tendo em vista o contexto de desvalorização dos profissionais, precariedade de recursos materiais e humanos, desarticulação entre rede básica e sistema de referência atrelado ao enfraquecimento do controle social. Percebemos a reprodução das práticas médico hegemônicas, centradas em atos prescritivos de assistência focados na doença, bem como a falta de diálogo interequipe e ineficácia de redes de cuidado em saúde. Efeitos alcançados: Repensar nossas práticas enquanto residentes e fomentar a mudança do processo de trabalho indo ao encontro dos princípios do Sistema Único de Saúde.