9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:320-3


Poster (Painel)
320-3Impactos das altas temporadas de turismo e veraneio sobre a organização e a gestão dos serviços de atenção à saúde no Litoral Norte do RS.
Autores:Alexandra Jochims Kruel (GHC E UFRGS - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO E UNIVERSIDADE FEDERAL DO RGS)

Resumo

Em todo o mundo, mesmo com o surgimento e instalação da crise financeira global e com a pandêmica gripe H1N1, o setor de turismo, após breve queda em seus indicadores, apresenta uma retomada desacelerada de crescimento. O setor engloba serviços relacionados a hospitalidade e acesso a manifestações culturais e sociais, e a oferta de produtos diversos. Neste contexto, o Rio Grande do Sul é um espaço sui generis em função de sua variada geografia e clima com estações bem definidas. Assim, durante as estações do ano, ocorrem fluxos sociais em diferentes direções, principalmente nas estações com climas mais extremos: inverno e verão. São as altas temporadas, quando há uma intensa preparação para receber enormes contingentes de pessoas que se mudam, por tempo determinado, de seu espaço de origem, em busca de repouso, lazer e oportunidades de trabalho e renda. O setor saúde não escapa de tal realidade, sendo influenciado diretamente em termos de organização e gestão de seus serviços. Neste artigo, são apresentados e analisados os impactos que as altas temporadas de turismo e veraneio tem sobre a organização e a gestão dos serviços de saúde locais. O presente estudo foi realizado no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, durante três temporadas de veraneio. O artigo inicia com uma abordagem contextual, que trata de clima, sazonalidade e temporadas de turismo e veraneio; após, apresenta um panorama sobre as mudanças estruturais de preparação para as altas temporadas nos municípios do Litoral Norte. A terceira seção analisa tais modificações e os impactos sobre a organização e a gestão dos serviços de atenção à saúde destes municípios. Observa-se que as áreas de vigilância e serviços de urgência e emergência são os mais afetados. Os primeiros originam-se principalmente em função do aumento de oferta de serviços de hospitalidade e alimentação e pelo clima, que propicia maior facilidade de ocorrência e disseminação de casos de dengue. Os serviços de urgência e emergência, por sua vez, são afetados principalmente pelas mudanças de comportamento dos turistas e veranistas, que adotam posturas menos cuidadosas consigo mesmos, gerando mais casos de embriaguês, acidentes de trânsito, brigas e afogamentos e insolações. Neste sentido, os serviços devem ser reorganizados para garantir estrutura e qualidade: contratação e capacitação de profissionais, aquisição de materiais e equipamentos, produção de materiais informativos, formulação de campanhas de prevenção, etc.


Palavras-chave:  organização de serviços de saúde, gestão de serviços de saúde, turismo, trabalho e saúde