311-1 | INTERVENÇÕES DE CHI KUNG E TUI-NÁ EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: INSERÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS NO COTIDIANO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE | Autores: | José Marcello Salles Giffoni (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Marilene Barros de Melo (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Tiago Antônio da Silva Jorge (IEL - Instituto Euvaldo Lodi - IEL Nacional) ; Andreza Neves de Camargos (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Alessandra Patrícia de Souza Santos (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) |
Resumo A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006 regulamenta, entre outras, a inserção de práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) no Sistema Único de Saúde (SUS). Tem como intenção implementar e estabelecer diretrizes para novas abordagens no âmbito do SUS, dar suporte ao princípio da integralidade e ampliar o acesso ao sistema. Recomendava a realização de pesquisas de maneira a conferir credibilidade às práticas, além de favorecer sustentação à política, viabilizando mudanças nos modelos de gestão e nos processos de trabalho e atenção à saúde. Diante desse desafio, optou-se por uma pesquisa-ação que visou analisar as transformações em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) após a introdução de Práticas Corporais de MTC - CHI KUNG e o TUI-NÁ. Para a coleta de dados utilizou-se: Questionário de Condições Crônicas Pré-existentes (QCCPE); Grupo Focal; Observação Participante. A amostra foi composta por 80 sujeitos, dos quais 50,7% eram trabalhadores da UBS e 49,3% se constituiam de usuários, sendo que 4% desses integravam a Comissão Local de Saúde. A análise dos dados apreendeu três categorias: 1- Contexto UBS: no que se refere esta categoria apreendeu-se que a equipe e o princípio da Humanização foram apontados como facilitadores para a inserção das práticas. Enquanto que limites estruturais como as condições inadequadas de trabalho e o déficit de trabalhadores eram fatores dificultadores; 2- Práticas Integrativas: a introdução destas estabeleceu uma relação de confiança, demarcando a sua legitimidade como foco terapêutico. Foram reconhecidas como suporte social e estratégia de melhoria da qualidade de vida, favorecendo o auto-conhecimento, equilíbrio e posicionamento frente às situações. Contrariando o QCCPE, onde a maioria dos sujeitos responderam que não acreditavam, o que pode estar associado ao temor de falar “errado”, demonstrar ‘descrédito’ quanto às práticas perante ao grupo, ou a resistência ao “novo”; 3- Inserção Práticas Integrativas e Complementares na UBS: avaliação favorável associada à resolutividade, integralidade e prática da cidadania com a possibilidade de escolha pelo usuário. A realização desta pesquisa demarcou a necessidade da abertura de espaços para as práticas propostas pela PNPIC, avançando além da crença e produzindo conhecimento científico que dê sustentação às práticas ainda 'chamadas' de alternativas.
Palavras-chave: Medicina Tradicional Chinesa, Práticas Integrativas e Complementares, Sistema Único de Saúde |