301-1 | Saúde Coletiva: elo de integração educação-saúde-sociedade | Autores: | Onofre Ricardo de Almeida Marques (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Marilene Barros de Melo (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Luiz Carlos Brant Carneiro (FUNEDI - Fundação Educacional de Divinópolis) ; Ana Flávia Quintão Fonseca (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) |
Resumo O campo da Saúde Coletiva tem como tripé interdisciplinar as ciências sociais, a epidemiologia e o planejamento/gestão e, caracteriza-se por conhecimentos mais estruturados e articulados às políticas públicas e às práticas dos serviços. Dessa forma, distingue-se como um elo de interlocução da área biomédica com as ciências sociais, aproximando-se das demandas e necessidades coletivas. Essa situação provoca indagações consistentes perante as suas possibilidades e o pequeno espaço que tem ocupado na formação dos profissionais da saúde. Diante disso, realizou-se uma pesquisa qualitativa de caráter tranversal com os alunos e professores de um mestrado da área da saúde em uma universidade federal, com o propósito de investigar as percepções, imagens e idéias que esses atores scociais têm em relação à Saúde Coletiva. A opção pela pós-graduação stricto sensu é por compreendê-la como o lugar de qualificação para aqueles que, provávelmente, serão os responsáveis pela formação de trabalhadores da saúde. Entrevistou-se 30 sujeitos e, através da análise de conteúdo, apreendeu-se duas categorias de análise: modelo biomédico e saúde coletiva. De modo geral, no âmbito da pós-graduação, as imagens, percepções e idéias que se têm da saúde coletiva são complexas, diversas e expressam uma formação ainda marcada pelo modelo biomédico. Pequena parcela dos entrevistados compartilha da concepção da saúde como resultado de um processo de produção social, e que tem como significante a condição de existência das pessoas no seu viver cotidiano, individual ou coletivo. Observou-se que essas percepções relacionam-se a valores que são construídos pelos atores no bojo não apenas na graduação e nas áreas de concentração do mestrado, mas também no interior de instituições sociais como família, escola e trabalho. Assim, torna-se necessário que as instituições formadoras repensem a sua estrutura curricular, delimitando saberes e práticas que enfatizem uma melhor compreensão da determinação social do processo saúde-doença. E, dessa maneira, viabilize uma melhor articulação da ação profissional com as atitudes, as crenças e os valores dos diversos sujeitos, construindo categorias mais globais e que compreendam a realidade como um todo. Uma vez que, as possibilidades da Saúde Coletiva passam, necessariamente, pela sua capacidade de formação dos recursos humanos e de favorecimento da articulação educação-saúde-sociedade em prol do processo de construção do Sistema Único de Saúde. Palavras-chave: Pós-Graduação Strito Sensu, Representação Social, Saúde Coletiva |