Poster (Painel)
292-2 | VÎVÊNCIAS NA TERRA INDÍGENA GUARITA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: | Mônica dos Santos Mendes (PMI - PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEMA) ; Myrian Katheryne Hennig Dill Soares (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) ; Roberta Antunes Machado (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) ; Gustavo Melz (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) |
Resumo Esta vivência foi propiciada pelo estágio optativo da Residência Integrada em saúde, ênfase em Saúde da Família e Comunidade do Grupo Hospitalar Conceição, de Porto Alegre, realizado durante o mês de junho de 2008 por 4 residentes (enfermagem e odontologia) que acompanharam o trabalho das equipes de saúde indígena na Terra Indígena Guarita. É a maior reserva indígena gaúcha, abrangendo os municípios de Tenente Portela, Redentora, Erval Seco e Miraguaí. Divide-se em treze aldeias onde vivem aproximadamente 5.700 índios da etnia kaingang e cerca de 300 índios guaranis. A vivência foi muito significativa, propiciando reflexões sobre o modo de vida de uma população específica e tão singular como a indígena, bem como a atenção à saúde desta população. Observamos questões referentes: aos Hábitos e costumes dos povos Guarani e Kaingang; Dificuldade para resgate histórico; Medicalização da saúde; Mudanças de cultura (a influência dos “brancos”). Ainda, aspectos relacionados à atenção à saúde indígena: estrutura física das unidades de saúde; Equipes de saúde; Saúde Bucal; Imunizações; Planejamento Familiar; Benefícios e assistência social; Principais agravos à saúde indígena na Guarita; Educação em saúde. As equipes de saúde são compostas por Agentes Indígenas de Saúde, Agentes Indígenas de Saneamento, Auxiliares de Enfermagem, Odontólogos, Médicos e Enfermeiros. A atenção integral à saúde do indígena é um grande desafio de gestão e assistência. Os profissionais no cotidiano de trabalho encontram dificuldades em priorizar espaços de diálogo, planejamento e educação permanente dentro de cada equipe e entre as equipes de saúde indígena. Percebemos a desarticulação entre indígenas e não indígenas no município, com incompreensão e segregação da cultura indígena, inclusive dos profissionais e gestores de Redentora. Isso se manifesta pela dificuldade de diálogo e ações intersetoriais entre áreas urbana, rural e indígena. A cultura tradicional desses povos segue negativamente impactada pela absorção dos hábitos de vida dos não-indigenas. Neste sentido, o fraco controle social exercido, restrito às demandas pontuais do seu cotidiano, não nos surpreende, nos entristece. Mas mobiliza a pensar em alternativas de superação da iniqüidade vivida por estes povos, de valorização destes povos e sua cultura tradicional, como também na importância da valorização da atenção à saúde indígena e seus trabalhadores, para que possam atuar como agentes de transformação desta situação.
Palavras-chave: CULTURA, SAÚDE DA FAMÍLIA, SAÚDE INDÍGENA |