Resumo

A magnitude social da obesidade e suas conseqüências como a elevada prevalência das doenças e agravos não transmissíveis implica em custos cada vez mais elevados na atenção à saúde. Considerando as condições atuais de acesso da população a consultas especializadas e a possibilidade de êxito de intervenção na história da obesidade por meio de ações de promoção da saúde e alimentação saudável foi criada a consulta coletiva “Saúde no Prato”. Com o objetivo de promover Educação Alimentar e Nutricional para o público adulto-idoso que necessita de atendimento nutricional, o “Saúde no Prato” foi inicialmente implantado pelas residentes nutricionistas com a participação de outras categorias profissionais em uma unidade de saúde na zona norte de Porto Alegre que atende uma população de 13 mil usuários e com uma equipe de mais de 40 profissionais. Atualmente acontece em mais 3 unidades de saúde do GHC, onde as nutricionistas atuam como Apoio Matricial. Os profissionais da equipe encaminham os pacientes, que obedeçam os critérios de inclusão, para o grupo que consiste em no mínimo 3 encontros fechados e, posteriormente, em encontros mensais de manutenção. Os usuários preenchem um questionário de frequência alimentar e diário alimentar a partir dos quais, em conjunto com a pesquisa do prontuário e avaliação antropométrica, é realizado um diagnóstico nutricional de cada indivíduo. Em grupo são apresentados e discutidos os “10 passos para alimentação saudável”, material produzido pelo Ministério da Saúde e outros assuntos relacionados com o cuidado com a saúde escolhido pelo grupo. Todos recebem um plano alimentar individual. Quanto às orientações, em 2009, 100% dos participantes relataram mudanças no seu hábito alimentar. O “Saúde no Prato” possibilitou uma abordagem integral e interdisciplinar, a construção de conhecimento coletivo, pois o grupo promove trocas onde as experiências pessoais são valorizadas, mas com a vantagem da personalização da prescrição dietética com orientações individualizadas. É uma nova tecnologia em Atenção Primária à Saúde que pode ser utilizada nas equipes onde o nutricionista atua em apoio matricial. A proposta se apresenta como um contraste aos encaminhamentos, em que o usuário precisa passar primeiro por um longo período de espera e conseqüente agravo da situação.