Resumo

A universidade é responsável pela promoção da saúde junto aos públicos que a compõe, especialmente o corpo discente, sujeito e fim do processo educativo. Por outro lado, estas populações jovens são muito pouco estudadas quanto à saúde. Por fim, entende-se que existem especificidades na construção das habilidades e competências inerentes aos cursos na área da saúde, que devem levar à sensibilização dos acadêmicos em relação ao seu bem-estar. Esta percepção do individuo de sua posição na vida, na cultura e sistemas de valores e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações caracteriza, segundo a Organização Mundial da Saúde, o conceito de Qualidade de Vida (Q.V). O objetivo do estudo foi: avaliar comparativamente a Qualidade de Vida manifesta pelos acadêmicos iniciantes e concluintes dos cursos da área da saúde da Universidade Católica de Brasília. O estudo foi do tipo “corte transversal”, sendo, sendo utilizado o questionário WHOQOL-100. Para calculo de escores e estatística descritiva foi utilizado o software proposto por Pedroso et al, 2008. Utilizando-se o software SPSS versão 15.0, os escores dos iniciantes e concluintes foram analisados pelo teste Kolmogv-Smirnov, o qual demonstrou normalidade dos dados e por isso, a comparação estatística para verificar as diferenças entre os grupos foi realizada pelo teste t student com nível de significância de 5%. A amostra, de conveniência, foi de 586 acadêmicos, resultando em 577 questionários válidos, sendo 376 iniciantes (75,2%) e 201 concluintes (77,6%). Verificou-se que houve uma tendência à diminuição geral dos escores do grupo dos concluintes. No curso de Enfermagem os concluintes apresentaram diferença positiva significativa no domínio Aspectos espirituais/religião/crenças pessoais, o que pode ser justificado pela convivência diária com a morte, levando-os à maior valorização da vida. O curso de Farmácia obteve o maior numero de variações significativas com aspectos negativos para os concluintes, o que pode decorrer da intensificação das praticas laboratoriais, fazendo com que o acadêmico adote postura corporal inadequada. Concluiu-se que os alunos do último ano se deparam com o conflito de associar a teoria com a prática clinica, resultando em sentimentos de medo, dúvida e receio, seja quanto à aquisição das competências e habilidades profissionais, seja quanto ao futuro em relação ao mercado de trabalho, dúvidas da satisfação profissional e pessoal, etc...