Resumo

O curso de especialização em Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde foi elaborado pela ação conjunta do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês e Ministério da Saúde, respondendo a uma demanda da Diretoria de Articulação de Redes de Atenção à Saúde – DARAS do Ministério da Saúde. Foi direcionado às equipes integrantes de 86 redes de atenção do SUS, sendo a microrregião de Coxim de responsabilidade do grupo 22, integrante da equipe do estado de Mato Grosso do Sul. A Gestão da Clínica configura-se como a articulação de tecnologias de micro-gestão a ser utilizada a nos serviços de saúde, com o objetivo de garantir a melhor qualidade da atenção à saúde, pretendendo este curso promover a capacitação de profissionais de saúde-equipe em gestão da clínica com foco nas Redes de Atenção, contribuindo para a qualificação das mesmas. Um dois eixos do curso é representado pelo desenvolvimento do projeto aplicativo, que é um trabalho coletivo produzido a partir da análise do contexto e do levantamento de necessidades e prioridades de uma determinada rede de atenção à saúde. Para tanto, os alunos devem desenvolver projetos voltados à melhoria da qualidade e segurança do cuidado por meio da gestão da clínica. Com o objetivo de realizar uma ação de diagnóstico compartilhado foi proposto aos gestores de dois municípios da microrregião de Coxim a realização de oficinas com os profissionais da saúde da rede. Os participantes dividiram-se em subgrupos heterogêneos quanto à ocupação e local de trabalho, sendo a condução das atividades no grupo assumida pelos especializandos que desempenharam a função de facilitação das discussões e registros, auxiliando na dinâmica de debate dos grupos.Ao final,o produto da discussão foi apresentado em forma de tarjetas em plenária. O diagnóstico compartilhado da situação de saúde dos municípios refletiu como principais problemas de saúde: a falta de capacitação e integração das equipes de referência, a necessidade de ações de prevenção e tratamento para hipertensão arterial e diabetes, a necessidade de equipe exclusiva para o acompanhamento do tratamento de tuberculose e hanseníase, maior atenção à assistência ao pré-natal, a comunicação deficiente entre a gestão e as equipes de referência e a deficiência da referência e contra-referência entre UBS e especialidades. A oficina foi considerada pelos especializandos e pelos profissionais de saúde participantes como poderoso instrumento de apoio diagnóstico.