9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:250-3


Poster (Painel)
250-3Transação: desenvolvimento e validação de um jogo educativo que promove a saúde sexual e reprodutiva
Autores:Maria José Nogueira (CPQRR-FIOCRUZ MINAS - Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas) ; Samuel Barcelos (CPQRR-FIOCRUZ MINAS - Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas) ; Alberto Mesaque Martins (CPQRR-FIOCRUZ MINAS - Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas) ; Virgínia Torres Schall (CPQRR-FIOCRUZ MINAS - Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas) ; Celina Maria Modena (CPQRR-FIOCRUZ MINAS - Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas)

Resumo

No Brasil, a orientação sexual na Escola é prática defendida e orientada pelo Ministério da Educação, nos Parâmetros Curriculares Nacionais, como eixo transversal ao currículo. No entanto, o tema ainda é tabu no âmbito da escola, da família e da educação. Em muitos casos o debate em torno da temática restringe-se ao caráter biológico e funcional dos aparelhos reprodutivos, não aprofundando questões mais amplas a respeito da sexualidade. No campo da Educação em Saúde os jogos são tidos como recursos capazes de proporcionar maior interação e espaço para discussão de temas-tabus, polêmicos, graves e atuais. Desse modo, este trabalho descreve as etapas de desenvolvimento e validação de um jogo educativo desenvolvido na Vila Cafezal, em Belo Horizonte, MG, de forma compartilhada. Utilizou-se a metodologia de oficinas com grupos operativos com 16 adolescentes e profissionais do Centro de Saúde local. Ao final, foi elaborado um protótipo de jogo de tabuleiro contendo: a) 80 cartas de perguntas e respostas; b) um baralho de reflexão com temas escolhidos pelos adolescentes; c) um baralho de locais específicos da Vila Cafezal importantes para os adolescentes. O jogo foi denominado Transação. A validação ocorreu em quatro escolas públicas do município, nas quais foram promovidos oito encontros semanais a respeito de temáticas que perpassam o universo adolescente, tais como: drogas, violência, sexualidade, namoro, etc. No total, 67 adolescentes do oitavo ano, cinco educadores e oito profissionais de saúde participaram dos encontros. Ao longo dos encontros, realizaram-se partidas do jogo Transação para avaliação do material. Após análise, as sugestões foram incorporadas ao produto final. Evidenciou-se a viabilidade de se desenvolver atividades de educação em saúde, de maneira descontraída e criativa, envolvendo a tríade adolescente-escola-centro de saúde. Partindo do pressuposto da heterogeneidade das realidades socioculturais em que vivem os adolescentes, a proposta é que o jogo possa ser adaptado de acordo com o seu contexto de utilização. Em um trabalho de sensibilização, o jogo será disponibilizado para os 144 centros de saúde e as 186 escolas públicas de Belo Horizonte. O processo de desenvolvimento e o material produzido podem ser utilizados para se trabalhar os temas referentes a sexo e sexualidade, na perspectiva requerida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e pelas demandas do Serviço Único de Saúde.


Palavras-chave:  Adolescência, Jogo Educativo, Educação em Saúde