Resumo

Embora o Programa Saúde da Família tenha contribuído com mudanças significativas para as práticas preventivas e de promoção da saúde, existem ainda importantes lacunas no atendimento de grupos populacionais que freqüentemente ficam à margem das ações desenvolvidas, destacando-se entre eles o público adolescente. Estudos revelam que além dos jovens não reconhecerem os serviços básicos de saúde como um espaço privilegiado para este fim, sua procura pelo atendimento é ainda fortemente marcada por uma perspectiva de gênero e por uma assistência curativa. Desse modo, este projeto tem por objetivo elaborar e implementar na atenção primária do Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte, uma estratégia educativa visando a promoção da saúde juvenil no campo afetivo-sexual e reprodutivo. Serão utilizados, como recurso educativo, o Jogo TransAção e o vídeo “Sexo Sim, Doença Não”, ambos elaborados de foram participativa com adolescentes do Município de Belo Horizonte em projetos anteriores. Trata-se de um estudo na interface da pesquisa/extensão utilizando uma abordagem quanti-qualitativa, como os seguintes objetivos específicos: a) Mapear as ações e estratégias existentes nos Centros de Saúde de Belo Horizonte voltadas para o público adolescente; b) Levantar a percepção dos profissionais das equipes de saúde da família acerca das temáticas da saúde sexual e reprodutiva na adolescência; c) Capacitar os profissionais dos centros de saúde para o trabalho junto ao público adolescente; d) Elaborar ações e estratégias na interface da educação e da saúde utilizando o vídeo “Sexo Sim, Doença Não” e o jogo TransAção; e) Contribuir para as discussões referentes à saúde do adolescente no âmbito das políticas públicas de saúde. Os dados quantitativos e qualitativos serão processados por meio dos softwares SPSS e NUDIS*IST respectivamente. Espera-se que as estratégias desenvolvidas, com a utilização de recursos lúdicos e pautadas na escuta, no dialogo e no acolhimento beneficiem a abordagem sobre os temas inerentes à sexualidade e contribuam para que os adolescentes encontrem espaços de conversação nos centros de saúde e escolas para uma prática sexual mais segura, responsável e consciente.