Resumo

Dada a necessidade de se trabalhar na perspectiva da integração entre a Educação e a Saúde para a promoção da saúde sexual e reprodutiva na adolescência, este trabalho tem como objetivo descrever uma estratégia educativa elaborada com um potencial de re-criar um espaço de diálogo entre adolescentes, profissionais da saúde e educação. O trabalho foi desenvolvido em 04 contextos, cada um composto por um Centro de Saúde (CS) e uma Escola Pública, próximos geograficamente, no município de Belo Horizonte-MG. Na primeira etapa, realizou-se um levantamento da percepção dos adolescentes acerca das práticas de promoção à saúde realizadas nos CS e Escolas Públicas, utilizando um questionário, aplicado a 67 adolescentes, matriculados no 8º ano do ensino fundamental. Os resultados demonstraram que: 37% alegou que a escola promove eventos voltados à temática da saúde e 59% que a escola promove eventos voltados à saúde sexual; 10% participou de atividades no CS e 58% nunca conversou com um profissional de saúde sobre assuntos voltados à saúde sexual. Percebe-se que a temática da sexualidade tem se restringido às disciplinas biológicas e trabalhadas de maneira verticalizada. Após o mapeamento elaborou-se, com os atores envolvidos, uma estratégia educativa conforme a metodologia de Oficinas em Dinâmicas de Grupo. Em cada escola/cs foram realizados 8 encontros semanais com duração média de 1 hora, dentro do calendário escolar. Foram debatidos temas propostos pelos adolescentes, com a participação de educadores e profissionais de saúde. Os educadores e profissionais de saúde demonstraram interesse e participaram de forma efetiva na elaboração e condução da estratégia, embora, a falta de uma política pública que respalde e oriente a participação dos mesmos em ações e estratégias de educação em saúde tenha dificultado em alguns momentos a atuação destes profissionais. Por outro lado, notou-se a participação e interesse dos adolescentes e melhora na relação professor/alunos. A interface entre escola e saúde, pode viabilizar a elaboração de novas estratégias, inserindo a temática no projeto político pedagógico e estreitando os laços entre os adolescentes e os profissionais de saúde.