223-3 | O PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO AGENTE COMUNITÁRIO EM SAÚDE: um estudo de representação social. | Autores: | Marilene Barros de Melo (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) ; Luiz Carlos Brant Carneiro (FUNEDI - Fundação Educacional de Divinópolis) ; Lucas Azevedo de Oliveira (SMS/BH - Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte) ; Alessandra Patrícia de Souza Santos (ESP/MG - Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais) |
Resumo A prática do Agente Comunitário de Saúde (ACS) estabelece-se como profissão na esfera do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2002 e consolida-se como elemento de articulação entre serviços de saúde, comunidades e os diversos saberes que mediam essa relação. Suas atividades contribuem para o diagnóstico demográfico de comunidades; promoção de ações educativas; participação da população nas políticas públicas e visitas domiciliares. Para fortalecer e aumentar a qualidade de resposta do ACS às demandas e necessidades da população, o Ministério da Saúde criou o Programa de Qualificação e Desenvolvimento Profissional do ACS. Esse estudo buscou investigar e descrever as percepções, imagens e idéias que professores e coordenadores do programa, ACS e moradores adscritos à área de atuação de cada um desses ACS de uma determinada turma, sobre o Programa ofertado pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. Metodologicamente, constitui-se como um estudo qualitativo, utilizando-se o grupo focal. Para análise dos dados, empregou-se a técnica de Análise de Conteúdo, a partir da qual apreendeu-se como categorias: 1- Ampliação da cobertura e do acesso; 2- Escuta privilegiada e legitimação do saber; 3- ‘empoderamento’ e profissionalização. De acordo com os sujeitos investigados o programa favoreceu um processo de atenção à saúde a uma maior número de usuários e facilitou o acesso às unidades de saúde de uma maneira mais efetiva. Visto que, viabilizou um direcionamento adequado às ações e serviços do SUS. Realçaram que não bastava mais um profissional, ele deveria estar mais próximo do cotidiano da comunidade local e com conhecimentos específicos mais bem elaborados, integrados ao ensino-serviço. Esta integração é fortalecida pela proposta metodológica do programa com momentos de concentração e de dispersão. Para os usuários, o programa possibilitou uma abordagem diferenciada por parte dos ACS, que demonstraram uma escuta privilegiada sustentada por um outro “saber”, baseado na realidade local, mas subsidiado pelo campo científico. Possibilitando uma maior governabilidade na comunidade em que vivem e trabalham, fortalecendo o seu campo de profissionalização e a mobilidade social. Em síntese, o programa propicia a superação de limites impostos pelas práticas tradicionais, favorece a produção do saber a partir da prática, a construção de espaços equânimes e a consolidação das políticas de atenção à saúde vigentes. Palavras-chave: Agente Comunitário de Saúde, Qualificação, Representação Social |