9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:219-1


Poster (Painel)
219-1A integralidade nos currículos de psicologia e a aproximação de uma formação profissional para o SUS
Autores:Thais Bennemann (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) ; Camila Escosteguy (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Carolina dos Reis (GHC - Grupo Hospitalar Conceição) ; Neuza Maria de Fátima Guareschi (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

O objetivo deste trabalho é discutir a integralidade como princípio do SUS que pauta a transformação do conceito de saúde pela promoção das condições de vida. Este objetivo emerge a partir dos resultados de uma pesquisa que teve como propósito a análise de currículos de psicologia, de universidades do RS, no intuito de problematizar a formação acadêmica do psicólogo para atuar no SUS. A partir da análise dos programas das disciplinas, os resultados deste estudo nos indicaram uma formação em psicologia voltada para a busca por especialidades de forma cada vez mais recorrente; ainda, uma falta de diálogo entre as disciplinas, atrelada à necessidade de demarcação das fronteiras com outros saberes. Também, um número expressivo de disciplinas e conteúdos direcionados para o campo da biologia e da genética, bem como, de disciplinas voltadas para a patologia e o diagnóstico evidenciando uma formação pautada pelo paradigma da doença em detrimento do olhar sobre a promoção das condições de vida e do cuidado. Assim, para este trabalho, destacamos os direcionamentos tomados pelas ementas, conteúdos e bibliografias das análises realizadas naquela pesquisa para colocarmos em debate o conceito de integralidade presente nos currículos estudados, adotando como referência os princípios e diretrizes das políticas em saúde. Para isso, nos fundamentamos em autores que pensam o princípio da integralidade como a apreensão ampliada das necessidades e habilidades de reconhecer o contexto do encontro entre sujeito e saúde. Desta forma, elegemos a integralidade como norte problematizador deste trabalho por entendermos ser este princípio aquele que pode oportunizar uma maior aproximação com a efetiva compreensão do conceito ampliado de saúde, do cuidado humanizado, da importância das ações intersetoriais e da construção do trabalho em equipes transdisciplinares. Apontamos que os embates presentes na formação profissional dentro da perspectiva da integralidade se mantêm centrados no ensino de metodologias e técnicas, ou seja, no ensino do que é, quem faz, onde faz, como faz, que fundamentam as intervenções e são postas a priori, uma vez que retira a possibilidade do sujeito se inventar, a partir das condições de vida e dos modos de ser e estar num determinado contexto sócio-histórico.


Palavras-chave:  formação, integralidade, SUS