218-2 | Estudo de Campo em especialização em Saúde da Família: um olhar crítico sobre a abordagem metodológica | Autores: | Sedruoslen Guelir Cavalcanti Costa (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) |
Resumo O Curso de Especialização em Saúde da Família (CESF) é uma especialização coordenada pelo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC/UFPB) com carga-horária de 450 horas/aula, disponibilizada a 70 trabalhadores que atuem na Estratégia de Saúde da Família (ESF) dentro do estado paraibano. Através da Educação Permanente em Saúde (EPS), trabalharam-se as demandas oriundas dos territórios onde trabalham. A EPS pode ter um caráter transformador da prática profissional, mas essa postura diante do problema deve ser orientada para que o profissional se sinta estimulado a ser um ator real de transformação social. O tema da EPS não é um consenso entre os autores, pois existem diferentes linhas de pensamento que interferem na sua compreensão e aplicação. Trata-se de um Estudo de Campo, com objetivo de sistematizar a rotina de um especializando em Saúde da Família. Partiu-se da questão sobre a real possibilidade da especialização capacitar o trabalhador da saúde para identificar radicalmente e atuar frente aos problemas com que se depara. O estudo concentrou-se na observação dos Momentos Presenciais, Grupos de Discussão, e análise dos portfólios. O suporte teórico subsidiou algumas considerações que se propõem ao debate a partir das práticas vivenciadas dos trabalhadores da ESF. O CESF enfoca a responsabilização dos trabalhadores do setor saúde pela condição da população sob seus cuidados, estando fortemente voltado para as questões do cuidado em saúde, da subjetividade do trato interpessoal, da micro-política e cotidiano da atividade profissional em saúde. A metodologia da problematização foi utilizada no CESF restrita às esferas de governabilidade dos trabalhadores da ESF, pontos-chaves estruturais como Estado e modelo de sociedade, nesse curso foram considerados fora da governabilidade destes trabalhadores - um equívoco na interpretação da metodologia da problematização e do que venha a ser governabilidade! O processo recorrido de co-responsabilização dos trabalhadores da saúde pelas condições da (má) saúde da população incute a idéia da assistência em saúde como única opção para reversão das condições de saúde da população, desconsiderando as condições estruturais do modelo de sociedade em que vivemos! A EPS e a metodologia da Problematização, neste curso, serviram à legitimação da condição existente, estimulando o profissional a trabalhar suportando a crise estrutural que atinge a saúde, sem questioná-la, alienando-os de sua função de luta e transformação social! Palavras-chave: Educação Permanente em Saúde, Problematização em Saúde, Trabalhador em Saúde |