9º Congresso Nacional da Rede Unida 2010
Resumo:186-1



186-1CARTOGRAFANDO TERRITÓRIOS: A CONSTRUÇÃO DE OFICINAS DE FOTOGRAFIA PINHOLE COMO DISPOSITIVO DE AÇÃO EM SAÚDE
Autores:Silvia Reis (USDP/GHC - US DIVINA PROVIDÊNCIA - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO) ; Bruna Lisboa Mendes (USDP/GHC - US DIVINA PROVIDÊNCIA - GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO)

Resumo

Caracterização do problema: Considerando que, na Atenção Primária, as ações em saúde devem ser pautadas nos problemas e necessidades da população de determinados territórios, torna-se fundamental a invenção de formas criativas de cartografar esses espaços. A partir da necessidade de conhecer os modos de vida e as andanças dos jovens pelo território da Vila Jardim, em Porto Alegre, propôs-se como dispositivo de (re)conhecimento desse território através dos jovens que ali residem, oficinas de fotografia pinhole (técnica que permite a construção de câmeras fotográficas sem o uso das lentes das câmeras convencionais). Descrição da experiência: As oficinas aconteceram inicialmente no espaço da escola da comunidade e, depois, na unidade de saúde, totalizando 4 meses de trabalho com encontros semanais. Foram convidados a participar jovens de 12 a 18 anos que residissem no bairro, sendo que, ao todo, 12 jovens na faixa etária de 10 a 16 anos participaram. A partir das oficinas percebeu-se que os jovens têm dificuldade de encontrar naquele território lugares em que se sintam pertencentes. A escola foi apontada, apesar da inflexibilidade desta instituição para acolher as diferentes formas de ser adolescente. As praças do bairro receberam destaque como espaços de lazer e de encontro, e as ruas onde as casas são mais bonitas, segundo os participantes, e por onde menos circulam cotidianamente também foram fotografadas. Discutiu-se, no decorrer dos encontros, sobre assuntos diversos relacionados a acontecimentos da vida dos participantes, possibilitando um importante espaço de escuta e troca de experiências. Efeitos alcançados: A técnica fotográfica utilizada, por permitir que os jovens participassem de todo o processo fotográfico, desde a construção da câmera até a produção e revelação das imagens, possibilitou um espaço de exercício de autoria e de criação. Possibilitou, também, o reconhecimento território através do olhar dos participantes, o compartilhamento de experiências e trouxe os jovens para uma vivência mais próxima ao serviço de saúde constituindo-se, portanto, em um espaço de promoção de saúde. Recomendações: A fotografia pode ser utilizada como importante ferramente de territorialização e de trabalho junto às populações adolescentes por permitir dar outras visibildiades àquilo que é vivido. Seria importante a realização de outras experiências para aperfeiçoamento da técnica utilizada e aprofundamento dos resultados obtidos.


Palavras-chave:  TERRITÓRIO, PROMOÇÃO DE SAÚDE, JUVENTUDE