Resumo

A Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) emergiu com a proposta de acrescentar ao serviço de saúde a formação e desenvolvimento dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), articular o trabalho em equipe, ampliarem o conjunto de ações e serviços da atenção básica em saúde, humanizar a assistência e promover a integralidade. A promulgação da Lei 11.129/2005, que instituiu a Residência em Área Profissional da Saúde e criou a Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde – CNRMS deu início ao processo de regulamentação das RMS, em consonância com a Política Nacional de Gestão da Educação na Saúde. No município de João Pessoa-PB a experiência de formação multiprofissional para o serviço de saúde, teve inicio no ano de 2009 com a primeira turma de residentes em caráter de formação em Saúde da Família e Comunidade. O processo de construção da dinâmica e atuação dos profissionais na Rede de Saúde se deu a partir da lotação de residentes em diferentes Distritos Sanitários, sendo divididos em Unidades de Saúde da Família (USF), sob a coordenação e acompanhamento de preceptores e tutores conforme norma instituída na Portaria Interministerial nº 1.077, de 12 de novembro de 2009. Atuam sete núcleos profissionais: Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social, realizando atividades que envolvem ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos acerca de uma visão multiprofissional, bem como estudos teóricos por eixos temáticos. Atividades programáticas nas USF como Educação Permanente, Grupos de Educação em Saúde, Inter-consulta, orientações e intervenções são realizadas continuamente, na comunidade o envolvimento com Conselhos Comunitários e estímulo à participação popular complementam as atividades e atribuições do residente. A instituição e a regulação da RMS representam valorização do ensino-serviço, a humanização da atenção e a ampliação da concepção e prática da integralidade. Assim, a modalidade de formação em serviço deve ser reconhecida como fundamental ao preparo de profissionais qualificados para assistência a saúde da população e para a reorganização do processo de trabalho em saúde na direção dos princípios constitucionais do SUS.