178-2 | A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO CENÁRIO DE CONSTRUÇÀO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO: PROTAGONISMO DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM NA RODA | Autores: | Liege Machado Brum (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RGS - ESCOLA DE ENFERMAGEMHCPA - HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE) ; Dora Lúcia Leindens Corrêa de Oliveira (UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RGS - ESCOLA DE ENFERMAGEMHCPA - HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE) |
Resumo A pesquisa buscou contribuir para a reflexão sobre o potencial da Educação Permanente (EP) na promoção da integralidade do cuidado no âmbito hospitalar. O pressuposto é que a reflexão sobre as práticas em saúde, reconhecida como um espaço de aprendizagem no e para o trabalho, se constitui em importante estratégia para a aproximação destas aos princípios do SUS. O estudo, de cunho qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, teve como objetivo conhecer e analisar os limites e as possibilidades do uso da Pedagogia da Roda, como dispositivo para ações de EP de equipes de enfermagem de um Hospital Universitário, do estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida a partir da experiência de uma equipe de enfermagem dessa instituição em um Projeto denominado “Rodadas de Conversa sobre o Trabalho em Saúde”. As “Rodadas” pautaram-se pela reflexão sobre o processo de trabalho da equipe, propondo a análise e a intervenção dos trabalhadores nos problemas do seu cotidiano. A coleta das informações deu-se por meio de grupos focais, organizados com os componentes dessa equipe, num total de 24 sujeitos. As informações foram analisadas sob perspectiva da análise de conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que a Pedagogia da Roda oportuniza a ampliação dos espaços de escuta e reflexão dialógica no trabalho da enfermagem, tendo potencial para promover o (re)posicionamento do trabalhador como protagonista dos processos de mudança de suas práticas na direção da integralidade do cuidado. O principal limite da Pedagogia da Roda, dispositivo de EP, foi a dificuldade da equipe para modificar processos de trabalho até então instituídos em uma lógica que sobrepõe os valores técnicos aos valores humanísticos do cuidado. Concluiu-se, a partir disso, que a criação de espaços educativos, que se articulem aos processos de trabalho, possibilita a co-responsablização pelo cuidado prestado e a ampliação da autonomia de sujeitos e coletivos para realizarem as mudanças necessárias na melhoria da qualidade do cuidado. Nesse sentido, a experiência dos trabalhadores de enfermagem, enquanto sujeitos e agentes de processos educativos participativos, pode contribuir para a consolidação dos princípios do SUS no contexto hospitalar. Palavras-chave: Atenção à Saúde. Educação Continuada., Enfermagem. Pessoal de Saúde., Prática Profissional. |