Poster (Painel)
169-3 | OS LIMITES AO PLENO EXERCÍCIO DA AUTONOMIA PROFISSIONAL DOS FISIOTERAPEUTAS: IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE ASSISTENCIAL | Autores: | Ana Fátima Viero Badaró (UFSM - Universidade Federal de Santa MariaUNB - Universidade de Brasília) ; Dirce Guilhem (UNB - Universidade de Brasília) |
Resumo INTRODUÇÃO: Os dados desse trabalho são recortes dos estudos apresentados na tese de doutorado “Ética e bioética na práxis da fisioterapia: desvelando comportamentos” - 2008. Objetivo: Evidenciar os elementos relacionados ao exercício da autonomia profissional dos fisioterapeutas, no que diz respeito ás relações intra e interprofissional, aos locais de trabalho e suas implicações na qualidade da assistência prestada. Método: A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com 26 fisioterapeutas, selecionados intencionalmente de acordo com a área, o local e os níveis de atuação. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática para a interpretação e discussão dos resultados. Resultados: Na categoria “Relacionamento intraprofissional”, foi apontado a pouca interação entre os profissionais e a carencia de melhor relação de respeito entre os colegas. A competição, gerada pela desvalorização econômica da categoria, trouxe uma postura individualista e a desunião da classe. Na categoria “Relacionamento interprofissional”, emergiu a distinção entre a categoria dos médicos e a de outros profissionais. Alguns médicos desconsideram o trabalho da fisioaterapia. O desconhecimento das competências e atividades da profissão, os fazem assumirem condutas fisioterapêuticas equivocadas, gerando sérios prejuízos para a assistência. Já, o relacionamento entre outros profissionais da saúde foi apontado como harmonioso, cooperativo e respeitoso. Na categoria “a autonomia dos fisioterapeutas na assistência em clínicas/consultórios e na internação hospitalar”, observa-se que autonomia dessses profissionais é exercida de acordo com as áreas de atuação e os locais de trabalho. Nas clínicas e nos consultórios, há maior liberdade para desenvolver as suas atividades, apesar de os convênios e as indicações médicas limitarem a assistência. Nos hospitais, o exercício da profissão é mais limitado em decorrência da prescrição médica, da estrutura organizacional dos serviços, da restrição de sessões conveniadas e da carência de fisioterapeutas nas unidades. Conclusão: Os fisioterapeutas enfrentam limitações ao pleno exercício de sua autonomia, caracterizada por dilemas nas relações intra e interprofissionais. Também, as limitações impostas pela estrutura do sistema de saúde, pelas relações de trabalho, pela cultura popular centrada no poder da medicina e, a formação acadêmica que perpetua esse sistema, foram apontados como fatores limitantes da autonomia profissional.
Palavras-chave: Autonomia, Fisioterapia (Especialidade, Prática PROFISSIONAL |