168-3 | ESTUDO SOBRE OS PROCESSOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NAS EQUIPES DE SAÚDE MENTAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO | Autores: | Leiliana Maria Rodrigues dos Santos (IPUB/UFRJ - Instituto Psiquiatria Rio Janeiro) ; Maria Paula Cerqueira Gomes (UFRJ - Universidade Federal do Rio den JaneiroIPUB/UFRJ - Instituto Psiquiatria Rio Janeiro) ; Ana Lucia Abrahão (UFF - Universidade Federal Fluminense) ; Ricardo Luiz Narciso Moebus (UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto) ; Luan Carpes Barros Cassal (UFRJ - Universidade Federal do Rio den Janeiro) ; Natalia Cruz Camacho (UFRJ - Universidade Federal do Rio den Janeiro) ; Fernanda Laxe (UFF - Universidade Federal Fluminense) |
Resumo Introdução: O avanço da reforma psiquiátrica no Brasil requer ampliar as instâncias de formação e qualificação dos diferentes agentes do cuidado no campo da Saúde Mental para além das Universidades. Requerem o estabelecimento de uma agenda pública que revele as bases teórico-metódológicas que apóiam os diversos programas estratégicos interdisciplinares e permanentes de formação em saúde mental para o Sistema Único de Saúde (SUS). Destaca-se, dessa forma, a importância de se estudar as equipes multidisciplinares dos centros de atenção psicossocial e os múltiplos processos de trabalho e formação que operam no interior desses serviços. Objetivo: Investigar as formas e os espaços de educação permanente que ocorrem dentro dos serviços e posteriormente mapear as ações formativas que são construídas nos processos de trabalho em saúde mental junto a essas equipes. Metodologia: Abordagem qualitativa de pesquisa-ação (Minayo, 1995) com grupos focais, diário de campo e levantamento bibliográfico. Resultados: A formação apresenta diferentes representações e a construção coletiva de memórias mostra-se um potente instrumento para refletir sobre a prática clínica cotidiana do serviço e da rede de saúde mental, sendo múltiplas as formas e os espaços de educação permanente que ocorrem dentro dos serviços. As equipes reconhecem como múltiplos os espaços de formação e produção do saber e não os restringem aos espaços ditos formais, como cursos, capacitações e etc. Ao contrário reconhecem e sustentam a potência do encontro no interior dos serviços, entre os profissionais, pacientes e familiares que ali circulam, tanto nos espaços individuais como coletivos independente de suas especialidades. Assim, a semelhança dos estudos de Merhy, as equipes afirmam que o mundo do trabalho é a sua escola, ou seja, os atendimentos, as assembléias, a supervisão são espaços legítimos de formação. Considerações Finais: Dessa forma reafirmamos a importância da ampliação e consolidação dos espaços de educação permanente nos serviços de saúde mental. Aposta-se que esses processos de formação permanente no campo da saúde mental promovem modelagens assistenciais centradas na defesa da vida, bem como, ampliam o acesso e a difusão da informação sobre as práticas educativas baseadas em metodologias ativas de aprendizagem para o campo da saúde mental, além de sustentar em ato uma produção de saber permanente e indiciária, ou seja, que acontece nos momentos mais inesperados.
Palavras-chave: Saúde Coletiva, Saúde Mental, Educação Permanente |