Resumo

INTRODUAÇÂO: Este estudo refere-se a uma reflexão sobre a percepção de cuidado para a equipe de enfermagem em um hospital psiquiátrico em vias de desinstitucionalização. Para tanto, foi realizado inicialmente um levantamento bibliográfico e posteriormente desdobrou-se em uma pesquisa exploratória de campo, que possibilitou promover uma discussão sobre as práticas de cuidado desses profissionais no cotidiano. Devido ao atual contexto de transformação da atenção em Saúde Mental no Brasil é de fundamental importância acompanhar quais as práticas de cuidado a equipe de enfermagem tem adotado para contribuir com o processo de reforma psiquiátrica brasileira. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Realizamos 12 entrevistas com profissionais da equipe de enfermagem, sendo 4 auxiliares, 4 técnicos e 4 enfermeiros nos diferentes setores de um hospital psiquiátrico do município do Rio de Janeiro. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, dos quais emergiram, dentre outras, a categoria práticas de cuidado. Neste item buscamos refletir como os profissionais estão desenvolvendo o cuidado nas suas práticas cotidianas. Constatamos que ainda existe uma lacuna na prática desejada em relação à prática implementada. Porém, alguns relatam que diferente do cuidado clínico, o cuidado em psiquiatria tem que envolver a família na terapêutica do paciente, e isso requer um trabalho em equipe. E por fim, apesar de que para alguns, a função de vigia dos pacientes ainda estar enraizada, outros relatam que o profissional precisam adotar uma nova postura para que o cuidado aconteça. CONCLUSÕES: Neste sentido, percebe-se que o campo da saúde mental aponta para a necessidade de uma construção de uma atividade em que os profissionais de enfermagem tenham participação ativa neste processo. Onde a consolidação dos princípios da atenção psicossocial, centrado nos recursos do sujeito, valorizando sua história de vida e viabilizando a construção de novas possibilidades, fortaleça a construção de um trabalho de enfermagem sustentado no paradigma psicossocial, principalmente no que se refere à atenção ao sujeito em sofrimento psíquico.