Poster (Painel)
165-1 | Produção do cuidado em saúde, segundo os trabalhadores, no Saúde da Família de um município da região Sudoeste da Bahia | Autores: | Adriano Maia dos Santos (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.FIOCRUZ-ENSP - Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública) ; Clávdia Nicolaevna Kochergin (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.) ; Sandra Rego de Jesus (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.) ; Daniela Arruda Soares (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.) ; Marluce Maria Araújo Assis (UEFS/NUPISC - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; José Patrício Bispo Júnior (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.FIOCRUZ-ENSP - Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública) ; Josenildo de Sousa Alves (UEFS/NUPISC - Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Iva Karla Silva da Nóbrega (UFBA/CAT/IMS - Universidade Federal da Bahia. Campus Anísio Teixeira.) |
Resumo A pesquisa avaliou a produção do cuidado no Saúde da Família (SF). Trata-se de um estudo de caso que utilizou para a coleta de dados um instrumento do “Primary Care Assessment Tool”. Participaram do estudo 56 trabalhadores (ACS, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, médicos, ACD, odontólogos). A análise apontou que as linhas de cuidado ficam diluídas no elenco de serviços, mas mostram o primeiro ganho do SF – o trabalho em equipe. A ausência do médico, em algumas equipes, sinaliza a dificuldade de fixação desse profissional e o limite para expansão e sustentabilidade do programa. Contudo, a atenção de enfermagem e odontológica fortalece o atributo acesso e porta de entrada, uma vez que os usuários procuram a unidade de saúde à medida que encontram respostas diversificadas e qualificadas. A socialização das informações em reuniões periódicas, o planejamento participativo, a comunicação informal, os Conselhos Locais de Saúde, ainda que não sejam reconhecidos por todos, sinalizam um processo de trabalho diferenciado. Um elenco de serviços diversificado apareceu como oportunidade para o fortalecimento da porta de entrada e integralidade. As ações relacionadas à criança, mulher, adulto e idoso são linhas prioritários e reconhecidas pelos trabalhadores, fortalecendo a longitudinalidade. O atendimento domiciliar parece conformar-se ora como uma prática cuidadora, que desafia a clínica tradicional, ora como extensão dos arranjos instrumentais da clínica. As equipes realizam serviços como coleta de exames laboratoriais, dispensação de medicamentos, além de informações acerca dos serviços de referências para os usuários. Tais ações aumentam a densidade tecnológica das equipes e requerem a responsabilização pelo itinerário dos usuários, ou seja, um olhar para além da enfermidade, articulação com os demais níveis de atenção e implicação com os projetos terapêuticos, impactando no vínculo, na responsabilidade, na resolubilidade e qualidade da atenção. O cotejamento permitiu visualizar que os trabalhadores tiveram respostas praticamente uniformes, divergindo em questões pontuais, geralmente quando se tratava de alguma ação peculiar ao processo de trabalho de um determinado profissional. Assim, para impactar na qualidade da atenção, necessita-se envolver todos os componentes da equipe, que precisam desenvolver competências para o enfrentamento dos problemas na condução das práticas.
Apoio Financeiro: Fapesb, Ministério da Saúde (Decit), CNPq.
Palavras-chave: Linhas do cuidado, Micropolítica do trabalho em saúde, Saúde da Família |