Resumo

Caracterização do problema: a categoria profissional dos Agentes Comunitários de Saúde é plena de relevância para a efetivação das Políticas de Saúde voltadas à Atenção Básica. Contudo, a formação necessária ao efetivo exercício da profissão é inespecífica. O requisito se restringe à conclusão do Ensino Médio, sem qualquer menção ao campo da saúde. Ainda que existam capacitações oferecidas pelos gestores do sistema, como, por exemplo, aquelas desenvolvidas na Escola de Formação em Saúde (EFOS), faz-se necessário que todas as equipes das Unidades de Saúde da Família reconheçam o seu papel nesse processo de Educação Continuada, adequando-o às realidades de cada contexto específico. Descrição da experiência: Apresentamos experiência de capacitação de 35 Agentes Comunitárias de Saúde vinculadas a 07 diferentes áreas da ESF do Município de São José/SC. Sob coordenação do Médico de Família e Comunidade local, são ofertadas Palestras e Oficinas de Formação Profissional, desenvolvidas por profissionais com diferentes formações (Medicina, Enfermagem, Odontologia, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física e Serviço Social), com destaque para temas ligados às áreas da Saúde da Família, Promoção da Saúde, Educação Popular em Saúde, Humanização do Atendimento, Programa Nacional de Imunizações, Saúde do Trabalhador e Prevenção de Acidentes. Efeitos alcançados: Melhora considerável no relacionamento entre os ACS e os demais integrantes da equipe de saúde, com reflexos diretos no estreitamento dos vínculos entre a tríade paciente/cuidador/comunidade. Maior valorização nas avaliações que os usuários fazem sobre a qualidade dos serviços ofertados na Unidade Local de Saúde. Agentes comunitários, sabidamente os maiores conhecedores das vicissitudes comunitárias e, agora, melhor instruídos e mais seguros de suas competências e conhecimentos, fortaleceram o elo imprescindível entre os profissionais de nível superior e a população sob seus cuidados. Recomendações: Fomento a práticas pedagógicas e sócio-integrativas pautadas por relações de horizontalidade entre todos os funcionários das Unidades Locais de Saúde, independente dos diferentes níveis educacionais existentes. Respeito às autonomias individuais e corporativas, porém com valorização dos saberes, acadêmicos ou não, de cada categoria profissional.